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"Vamos cantar em homenagem aos jovens negros assassinados"

Porão do Rock chegou à 22ª edição com apresentações na sexta (25) e neste sábado (26) na Arena Lounge, do estádio Mané Garrincha, em Brasília.

28/10/2019 08:46

 Criolo  fez o principal show do segundo dia do Porão do Rock. O festival chegou à 22ª edição com apresentações na sexta (25) e neste sábado (26) na Arena Lounge, do estádio Mané Garrincha, em Brasília.

"Vamos cantar em homenagem aos jovens negros assassinados neste ano", disse o rapper sobre o palco, em uma crítica à desigualdade e aos altos índices de mortalidade da população preta e parda no Brasil. Com um repertório composto por músicas como "Grajauex", "Boca de Lobo", "Subirusdoistiozin", "Convoque seu Buda" e "Não Existe Amor em SP", o artista paulistano atraiu a atenção do público.

Antes de Criolo, o ex-vocalista do Rappa, Marcelo Falcão, também empolgou os fãs. Ele está em carreira solo e recentemente lançou seu álbum "Viver".

O cantor fez referências em seu discurso, em letras e no telão a alguns problemas atuais como as queimadas na Amazônia e o vazamento de óleo em praias do Nordeste -quando cantou "Eu Quero Ver o Mar".

Além de canções do novo trabalho, com uma forte pegada de reggae, Falcão agradou saudosistas com hits de sua antiga banda. Ele entoou sucessos d'O Rappa como "Auto-reverse", "Vapor Barato", "Lado B Lado A", "Pescador de Ilusões" e "Reza a Vela".


Criolo: "Vamos cantar em homenagem aos jovens negros assassinados". Instagram

Ambos entraram no lineup do festival em um segundo momento. Inicialmente o evento seria em 16 e 17 de agosto, mas teve de ser adiado por causa da partida, no dia 17, entre Vasco e Flamengo, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Além das datas, houve substituição de alguns dos artistas. Nomes como Marcelo D2, Pitty, Demob Happy, Nuclear Assault e Far From Alaska saíram da programação e deram lugar a Criolo, Marcelo Falcão, Dead Fish, Escape the Fate e Dona Cislene.

Foram 26 atrações escaladas para a programação deste ano. Divididas em dois palcos, ajudaram a reunir 6 mil pessoas na sexta (25) e 10 mil no sábado (26), segundo a organização.

Embora haja rock no nome, o festival não se limita ao gênero. "Rock não se limita à música, é atitude", disse a Academia de Berlinda. O grupo de Pernambuco fez um show animado e dançante com traços de frevo, maracatu, forró e carimbó.

Além de Criolo, outro rapper de São Paulo se apresentou neste domingo. Rincon Sapiência também levou suas rimas que fazem refletir sobre questões como o racismo. É o caso de "A Coisa Tá Preta", em que versa: 'Se eu te falar que a coisa tá preta/A coisa tá boa, pode acreditar."

"O rock tem em seu DNA a simpatia com a música subversiva, que é de rua. E no atual momento o rap cumpre bem esse papel e tem esse diálogo, de ter um discurso jovem, contemporâneo, ácido", diz Rincon sobre presença forte do rap em festivais como o Porão e o Rock in Rio.

Já a banda carioca Canto Cego, formada na favela da Maré, traz referências ao seu lugar de origem em um rock mais poético e imagens no telão com a realidade de comunidades. Entre as canções, o grupo, que esteve no Espaço Favela do Rock in Rio, apresentou "O Blefe", "Fantasmas" e "A Fúria", por exemplo.

Criado em 1998, o festival é um dos principais no roteiro musical do país e é conhecido por dar espaço a bandas locais. Raimundos, no sábado, e Rumbora no domingo, são alguns dos nomes mais conhecidos deste grupo, que contou ainda com Galinha Preta, Dona Cislene, Moretools, Never Look Back, Imortal Joe, Trampa, Surf Sessions, Jambalaia e Mariana Camelo.

Fonte: Folhapress
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