O escritório de gestão de direitos autorais CQRights conseguiu neste mês firmar com o YouTube um acordo de repasse de royalties a autores. O tema é hoje uma das maiores controvérsias do meio musical.
A empresa tem entre seus clientes Zeca Pagodinho, Monobloco, Pedro Luís e Tim Rescala. Com a parceria, a plataforma de vídeos passa a pagar aos compositores pela reprodução on-line de suas músicas, por intermédio do escritório. O CQRights não divulga os valores do acordo. Procurado pelo G1, o Google não se pronunciou.
Em maio, a companhia, dona do YouTube, anunciou que passaria a assinar acordos de licenciamento com editoras musicais e agregadores no Brasil para pagamento de direitos autorais.
Não há, no Brasil, um sistema unificado que informe ao Google a relação entre as músicas no site e os donos dos direitos autorais. Associações de músicos como a Procure Saber e o Grupo de Ação Parlamentar Pró Música (GAP) se organizam para pedir mais transparência e equilíbrio nas receitas no mercado de música na internet.
A discussão envolve artistas do mundo todo. Em junho, alguns dos nomes mais poderosos do pop, entre eles Lady Gaga, Paul McCartney, Ed Sheeran, Coldplay e Sting, assinaram uma carta que pede à Comissão Europeia a revisão do estatuto jurídico de plataformas de vídeos como o YouTube.
Segundo cálculos do Snep, principal sindicato de produtores de discos na França, um vídeo em streaming rende cerca de três vezes menos aos produtores do que um áudio gratuito no Deezer ou Spotify, e cinquenta vezes menos que uma reprodução de áudio paga na internet.
O Google afirma que, desde sua criação em 2005, o YouTube pagou mais de US$ 3 bilhões à indústria musical no mundo todo.
Foto: Alexandre Durão / G1