A Arena Corinthians receberá neste domingo (21),
pela terceira vez em sua história, o jogo de volta de uma decisão de
campeonato. Será, ainda, a primeira final com um clássico local e a chance para
o Corinthians abrir ainda mais vantagem em relação ao rival no retrospecto em
casa. Já o São Paulo tentará derrubar um longo tabu.
Inaugurada em 18 de maio de 2014, 25 dias antes de receber o jogo entre Brasil
e Croácia na abertura da Copa do Mundo, a arena corintiana foi palco da final
do Campeonato Paulista de 2017 e da Copa do Brasil do ano passado.
Os donos da casa só venceram a primeira disputa, ou melhor, empataram com a
Ponte Preta por 1 a 1, mas conquistaram a taça no placar agregado –em Campinas,
haviam vencido por 3 a 0.
A segunda experiência não traz boas lembranças aos corintianos. No ano passado,
além de perder o jogo de ida no Mineirão, por 1 a 0, o clube foi derrotado pelo
Cruzeiro por 2 a 1 em Itaquera e viu o time mineiro fazer a festa em sua casa.
Até a decisão do último mata-mata nacional, o Corinthians nunca havia sido
derrotado pelo Cruzeiro em sua arena. Somava quatro vitórias e um empate. Na
final do Paulista, o desafiante da marca negativa será o São Paulo.
O time do Morumbi já esteve em Itaquera dez vezes, mas nunca voltou para casa
com uma vitória. Conseguiu, no máximo, três empates (todos por 1 a 1),
resultado que levaria a decisão deste domingo para os pênaltis.
Para chegar à final, o time tricolor enfrentou um desafio semelhante na fase
anterior, ao visitar o Palmeiras, no Allianz Parque, onde o São Paulo também
nunca conseguiu vencer. Este ano, porém, conseguiu festejar após seu primeiro
empate no estádio rival.
As equipes decidiram a vaga nos pênaltis, e os são-paulinos venceram por 5 a 4,
com o goleiro Tiago Volpi defendendo as cobranças de Ricardo Goulart e Zé
Rafael.
Apesar de não representar a quebra do tabu, a classificação no Allianz foi
importante para um elenco que estava devendo respostas na temporada. Na
primeira fase do Campeonato Paulista, o São Paulo perdeu os três clássicos.
No mata-mata, apesar de ainda não ter vencido os rivais, viu jovens saídos das
categorias de base terem destaque no time, especialmente o trio Luan, Igor
Gomes e Antony, novidades no torneio.
A primeira vitória em Itaquera não representaria apenas o fim de uma sequência
incômoda aos tricolores. Seria também o primeiro título longe do Morumbi em
finais de Estadual -em 2005, 1971 e 1970, anos em que venceu, o formato era
pontos corridos.
A última conquista em uma decisão de Paulista que não no Cícero Pompeu de
Toledo aconteceu em 1957, na vitória por 3 a 1 sobre o Corinthians, no
Pacaembu. O Morumbi já estava em construção, mas só seria inaugurado
parcialmente em 1960.
Há 52 anos, o time comandado pelo húngaro Béla Guttmann venceu por 3 a 1, com
gols de Amaury, Canhoteiro e Maurinho. Rafael descontou para o Corinthians.
Esta final, disputada em 29 de dezembro de 1957, ficou conhecida como
"Noite das Garrafadas". Isso porque torcedores corintianos tentaram
arremessar garrafas, paus e pedras no bandeirinha inglês Lynch, inconformados
com a não marcação de um impedimento no gol de Maurinho.
Desde então, com exceção dos títulos conquistados em pontos corridos (1970,
1971 e 2005), todas as taças do São Paulo no Paulista foram confirmadas no
Morumbi.
Fonte: Folhapress