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Conheça a empresa que provoca a ira de clubes e agentes no futebol

Envolvida nas transações de Scarpa, Zeca e Vizeu, OTB ganha clientes e alimenta polêmicas com denúncias de associação de agentes, acusações de assédio a jogadores e compra de procuração

28/03/2018 16:14

Uma empresa nova no mercado de atletas foi o centro das atenções nas últimas - e polêmicas - transferências no mercado do futebol brasileiro. Casos como de Zeca e Gustavo Scarpa, que voltaram à tona nos últimos dias - em disputas judiciais com o Santos e o Fluminense, respectivamente -, envolvem diretamente a OTB Sports.

Criada em 2013, como braço da Think Ball - até setembro de 2015, quando a sociedade foi desfeita -, a OTB, dos sócios Marcelo Goldfarb e Bruno Paiva, divide opiniões e provoca a ira de dirigentes de clubes e da concorrência, com acusações de compra de procuração e assédio a atletas de outros empresários e também de clubes.

Ao longo das últimas semanas, o GloboEsporte.com procurou diversos personagens do futebol - desde cartolas até jogadores, passando por outros agentes - para traçar perfil da empresa e contar os bastidores do mundo da bola. A OTB alegou cláusula contratual e não atendeu aos pedidos de entrevista da reportagem - informou que há previsão de multa para o caso dos sócios atenderem a imprensa.

Bruno Paiva (primeiro à esquerda) e Goldfarb (ao lado de Guerrero): agentes provocam polêmica no mercado de empresários (Foto: Reprodução)

A movimentação da OTB no mercado gerou mais de uma denúncia no Comitê Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da Confederação Brasileira de Futebol. Uma delas, contra o atacante do Flamengo, Felipe Vizeu. O jogador trabalhava com Carlos Eduardo Baptista, em parceria com Giuliano Bertolucci, e foi vendido recentemente à Udinese, da Itália, por US$ 6,5 milhões.

Os antigos empresários de Vizeu alegam que o jogador rompeu vínculo em vigor (ainda tinha mais de um ano de contrato) e cobram do jogador 10% dos vencimentos do jogador no atual contrato do atleta com o Rubro-Negro - na assinatura de 2016 até 2020. O caso está em análise no CNRD da CBF, em fase de entrega de documentos das duas partes.

Outro processo foi movido após críticas da associação de classe dos agentes de jogadores contra a OTB. As duas ações tramitam no CNRD da CBF. Este último caso se desencadeou após a carta aberta de Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, com críticas a Bruno Paiva na condução da contratação frustrada de Seedorf para treinador do Furacão.

Jorge Moraes, presidente da Associação Brasileira de Agentes de Futebol (ABAF), evita citar nomes dos agentes, mas repudia a conduta da empresa.

- Liguei para o Petraglia e falei: "vamos analisar esse caso". Chamei alguns representantes... e nós, o comitê, resolvemos fazer a denúncia. Entregamos (a denúncia) na CBF sobre o cara (Bruno Paiva) que vem comprando procuração em vários clubes aí - disse Moraes, afirmando. - A ABAF tem que fazer alguma coisa. Como uns trabalham de uma maneira e outros agem de outra maneira?

Na CNRD, o caso movido contra a OTB Sports não está no nome da ABAF. A denúncia partiu de outro agente. O Comitê da CBF vem recebendo denúncias deste tipo nos últimos tempos.

Petraglia e a assessoria de imprensa do Atlético-PR foram procurados pela reportagem do GloboEsporte.com. O dirigente atleticano não quis dar entrevista. Em Curitiba, Petraglia promete processar Bruno Paiva. O atleticano e o agente trocaram farpas em notas oficiais.

Em nota, para explicar o fracasso das negociações para trazer Seedorf como técnico, Petraglia classificou a conduta de “certos agentes” como “inescrupulosa”, com atuação “parasita” e “negativa”, dizendo que Paiva pediu “exorbitante comissão pela intermediação” na contratação do holandês. Em resposta, Paiva chamou Petraglia de “gagá”, com “dificuldade de organizar pensamentos” e “surtos de delírio”. Irônico, o empresário recomendou ao dirigente “ajuda profissional”.

Quem são Bruno Paiva e Marcelo Goldfarb?

Filho de Mário Sergio Pontes de Paiva, ex-jogador, ex-treinador e ex-comentarista falecido no acidente aéreo da Chapecoense, Bruno é descrito como negociador duro e irredutível na defesa de seus clientes - para os desafetos, ganancioso e arrogante. É ele quem toma a frente no contato com os clubes - antes, funcionários da empresa, que tem em seus quadros também Fernando Paiva, irmão de Bruno, se aproximam e os convidam para conhecerem os sócios e, num segundo momento, também as ofertas para representação.

O ex-sócio da OTB Marcelo Robalinho, fundador da Think Ball, decidiu encerrar a parceria quando voltou de período na Europa e viu negociações que não o agradaram. Robalinho foi procurado pela reportagem. Por telefone, o agente de jogadores disse que não queria falar nada do assunto.

Herdeiro das lojas Marisa e proprietário de franquia de restaurantes em São Paulo, Marcelo Goldfarb, de 36 anos, é o pulmão da OTB. As investidas em jogadores saem graças ao aporte financeiro de Goldfarb - relação semelhante à de Fernando Garcia, das lojas Kalunga, na Elenko, outra empresa que enfrenta resistência em alguns clubes brasileiros.

A OTB move ação de mais de R$ 5 milhões contra o jogador Elias, do Atlético-MG. O caso diz respeito à saída do meia do Corinthians para o Sporting, em 2016. Elias havia assinado por R$ 800 mil com a OTB - num dos primeiros grandes nomes da empresa, após a separação com a Think Ball - e deixou o país em direção à Portugal sem envolvimento de agentes, alega a defesa do meia do Galo. O pai de Elias, seu Eliseu, é quem tratava diretamente da maioria das negociações do filho. As primeiras decisões da Justiça, até agora, foram favoráveis a Elias.

Seedorf, "Bahia" e caso Weverton irritaram Furacão

A revolta com a OTB no Furacão não passa apenas pelo caso Seedorf. Pedro Zalla, ex-funcionário do Atlético-PR, citado na nota de Petraglia, é alvo das reclamações dos dirigentes paranaenses. Para eles, Zalla se aproveitou do registros e de informações sobre jovens jogadores - como endereço, telefone e nome do pais - para retirar atletas do clube.

O caso mais citado pelos atleticanos é o de Marcos Antonio, o Bahia, campeão sul-americano sub-17 que ficou de fora da Copinha depois do início da briga com a OTB. Com contrato de formação até março de 2020, Bahia não apareceu mais no clube nas últimas semanas. Recentemente, colocou no Instagram uma foto em Lisboa (Portugal). O Atlético-PR tentava fazer o primeiro contrato profissional com o jovem jogador.

Marcos Antonio, em Portugal: jogador tem paradeiro desconhecido e segue longe do Atlético-PR (Foto: Reprodução)

Zalla é funcionário da OTB Lab, “novo braço da renomada OTB Sports”, como descreve o site. A OTB Lab tem “a missão de identificar jovens promissores, acompanhar e contribuir para sua trajetória profissional”. No site, são listados 20 jovens jogadores. Alegando a mesma cláusula contratual da OTB, Zalla informou a reportagem que não podia dar entrevista.

O caso de Weverton, hoje no Palmeiras, também incomodou. As negociações para renovar o contrato não avançaram. Um dos personagens ouvidos pela reportagem contou que o jogador avisou que tinha oferta financeira da OTB para não renovar com o time paranaense, o que a empresa nega. O jogador não quis se manifestar, mas pessoas próximas lembram que o goleiro (com a intermediação de Bruno Paiva) exigiu do Palmeiras, na negociação, o pagamento de R$ 2 milhões ao Atlético-PR - proporcional ao tempo de contrato que ainda tinha no Furacão. Weverton foi anunciado pelo Palmeiras dia 15 de dezembro. No fim de maio, ele sairia livre, de graça.

Seedorf com Goldfarb: holandês foi pivô de briga pública do Atlético-PR com a OTB (Foto: Reprodução)

A OTB viu na manifestação de Petraglia apenas maneira de "jogar para a galera" - dar satisfação para o torcedor atleticano. Até porque depois de Weverton ser anunciado pelo Palmeiras, o Furacão abriu negociação por Seedorf com a OTB. A nota de Petraglia sai 23 dias depois do anúncio da contratação palmeirense.

A versão paranaense é outra: com o rumo da negociação de Weverton com o Palmeiras e a possibilidade a cada dia maior de sair de mãos vazias, os paranaenses abriram e mantiveram alguma negociação por Seedorf com a OTB até concluir a venda ao Alviverde, mesmo lamentando que o retorno financeiro da venda do goleiro fosse baixa.

Regulamento proíbe prática; CBF vê dificuldade para arbitrar casos

Acusações e denúncias públicas entre agentes são tratados como tabu no mercado. Poucos falam abertamente sobre o tema. A maioria das pessoas que conversou com a reportagem não quis gravar entrevistas ou ter o nome citado. Hoje, a CBF tem mais de 500 agentes - chamados de intermediários - credenciados para operar no futebol brasileiro.

Ano a ano a CBF atualiza espécie de código de conduta para os empresários de futebol. Na edição 2018 do Regulamento Nacional de Intermediários, o artigo 32 proíbe expressamente a prática de compra de procuração de atletas. Cada contrato de representação de atleta tem duração máxima de dois anos.

Leia o trecho: “É vedado ao Intermediário dar ou oferecer recompensa de qualquer tipo, seja direta ou indiretamente, para um jogador, clube ou técnico de futebol a fim de firmar um contrato de representação com este Intermediário. §1º - É vedado a jogadores, clubes e técnicos de futebol aceitar tais ofertas ou receber tais recompensas. §2º - A vedação constante neste artigo se estende a pessoas físicas ou jurídicas relacionadas ao jogador, clube ou técnico de futebol, tais como cônjuges, familiares ou amigos.”

O Comitê Nacional de Resolução de Disputas da CBF prevê série de sanções nesta relação de clubes, jogadores e agentes.

Para jogador:

- advertência

- pagamento de multa previstas em contrato entre jogador e agente

- proibição do atleta atuar

- bloqueio e repasse de até 10% da remuneração mensal, entre outros;

Para clubes:

- proibição de registrar novos atletas por seis meses a dois anos

Para empresários:

- proibição temporária de registrar na CBF novos contratos de representação

- suspensão e até cancelamento do registro por um a dois anos.

- É difícil controlar esse câmbio negro - admite Jorge Moraes. - Infelizmente, há muitos casos de pais de jogadores que oferecem o filho até na arquibancada.

Jorge Moraes cita o avanço na relação dos clubes depois que se regulamentou a transferência entre jogadores de base. O diretor de Registros e Transferências da CBF, Reinaldo Buzzoni, diz que recebeu poucas denúncias relativas a jogadores e agentes nos últimos tempos. Ele as encaminha para o Comitê Nacional de Resolução de Disputas, mas vê dificuldade na investigação desses casos e, consequentemente, em aplicar as penalidades.

- Caso de agente roubar procuração de jogador de outro é difícil, não consigo saber - diz Buzzoni.

Para Jorge Moraes, há indícios que levam à investigação e as provas.

- Ninguém em sã consciência vai assinar procuração com você e daqui a dois meses vai assinar com outro se você estiver fazendo o seu trabalho direitinho. Quer dizer que alguma coisa aconteceu. São esses indícios - comenta o presidente da ABAF.

A CBF promoveu no ano passado dois workshops para falar de relacionamento no mercado de transferências de jogadores. Hoje, o empresário pode registrar o contrato em vigor com seus atletas no site da CBF.

- Quando vemos um caso assim, pedimos esclarecimentos aos personagens envolvidos. Se a resposta não está nos moldes que a gente acha que deve estar, encaminhamos a denúncia para o Comitê Nacional de Resolução de Disputas - diz Buzzoni.

O caso de Vizeu é o mais sintomático. Ao trocar de representação, Vizeu recebeu grana alta - no mercado, falam em R$ 200 mil em forma de "bonificação" - para assinar com a OTB. Ainda não há deliberações da CNRD nem sobre Vizeu nem sobre a denúncia da ABAF.

Anúncio de Vizeu como cliente da OTB provocou ação de ex-representantes na CBF (Foto: Reprodução Instagram OTB Sports)

Zeca não atua há cinco meses

A OTB luta na Justiça pela vitória nos casos de Zeca, que se desligou do Santos alegando três meses de atraso de depósito de FGTS e salários - o Santos rebate e diz que havia um mês de atraso (novembro de 2016), pois os demais eram de contrato anterior ao da renovação com o Peixe - e de Gustavo Scarpa. O ex-santista não atua há cinco meses.

O Flamengo acertou a contratação de Zeca com os representantes da OTB e com o jogador - com quem combinou salário, tempo de contrato e luvas -, mas o negócio parou no departamento jurídico. Advogados rubro-negros consultaram os do Santos para conhecer melhor o processo. Houve o recuo. O Corinthians, que também estava interessado em Zeca, também desistiu do negócio. Hoje, o Rubro-Negro tenta acordo com o Santos para destravar o negócio.

O jogador chegou a viajar para Girona, na Espanha, para conhecer as instalações do clube espanhol, mas também não fechou negócio por lá. Novamente a insegurança jurídica - e financeira - no meio do caminho.

O caso Scarpa e a reviravolta

O Tribunal Superior do Trabalho negou o recurso de Scarpa em 23 de março. Nele, o jogador tentava mudar a decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, que no dia 15, havia cassado a liminar que o liberava para atuar pelo Palmeiras. A briga do ex-tricolor com o clube formador não vem de hoje. Um desabafo do atleta expôs a tumultuada relação.

Em outubro de 2016, Scarpa, representado pela OTB, foi procurado para renovar contrato por Peter Siemsen e Jorge Macedo – presidente e diretor executivo, respectivamente, à época. O salário passaria dos R$ 104 mil a R$ 300 mil, com novo vínculo por cinco anos.

A assinatura, adiada inicialmente para evitar a perda da condição de jogo, não aconteceu naquela temporada. Macedo foi demitido, e Peter, temendo reflexo eleitoral, alegou que a combinação não tinha mais valor. Scarpa e Bruno Paiva não gostaram. Mas a renovação finalmente saiu em março de 2017. O Flu cedeu 5% dos direitos econômicos que tinha, ficando com 40%. Ampliou o vínculo até 2020, um ano a menos do que a primeira negociação, aquela de Peter e Macedo.

Goldfarb (C) e Scarpa em refeição com amigos (Foto: Reprodução)

No dia 22 de dezembro, alegando o não pagamento de seis meses de FGTS, quatro meses de direito de imagem, o salário de novembro e os 13º e férias de 2016 e 2017, Scarpa conseguiu a rescisão de contrato com o Fluminense - esta que foi cassada, mas ainda corre na Justiça do Trabalho.

Scarpa trabalhava com Tadeu Cruz, empresário e filho do treinador Milton Cruz, que o conheceu Desportivo Brasil, de São Paulo, e o levou para o Fluminense. Faltando seis meses para o vínculo entre Scarpa e Tadeu terminar, o pai de Scarpa, seu José Luiz, comunicou que não renovaria a procuração. A OTB havia oferecido R$ 400 mil para ter a procuração de Scarpa.

O Tricolor havia enfrentado dificuldades em negociação com Bruno Paiva na época de atuação conjunta entre OTB e Think. Na renovação do lateral-direito Mariano, o clube entendeu que o empresário dificultou o acerto, o que acarretou na perda de foco do atleta.

Nos últimos dias, Dudu, do Palmeiras, trocou a OTB pelo agente Andre Cury. O atacante palmeirense estava há dois anos com Paiva e Goldfarb. Por outro lado, o atacante Gilberto, ex-Portuguesa, Vasco e São Paulo, hoje no futebol da Turquia, trocou o representante Sandro Zardo pela OTB, na ciranda de troca de agentes de futebol.

O que os jogadores dizem

O GloboEsporte.com conversou com alguns atletas neste período de produção da reportagem. Tal qual a maior parte dos entrevistas nesta matéria, a maioria preferiu o anonimato. Foram procurados jogadores que tiveram contrato com a OTB, que receberam ofertas para trabalhar com a OTB e outros que ainda trabalham com a OTB e estão plenamente satisfeitos.

É o caso de Bruno Henrique, meio de campo do Palmeiras. Ele foi apresentado aos sócios da empresa por amigo próximo. Ele elogia a transparência no trabalho do dia a dia com a empresa:

"Trabalho com eles há bastante tempo e tenho todo o suporte e o gerenciamento necessário da OTB. Tanto na área esportiva - nas negociações, com patrocinadores e outras atividades relacionadas à minha imagem - como nos meus negócios fora do futebol. Falo diariamente com o Bruno, o Marcelo, com o pessoal da empresa e me sinto completamente amparado e bem orientado em todas questões da minha vida. Desde o nosso primeiro contato senti muita confiança neles e no modo e transparência com que trabalhavam. Tive a certeza de que ali eu tinha encontrado os profissionais certos para cuidar e gerenciar minha carreira. Nesse tempo em que estamos juntos eles fizeram de tudo para cuidar das minhas coisas e me ajudaram muito a chegar aonde eu cheguei. Sou muito grato."

Gabriel Girotto, meio de campo do Corinthians e que passou antes pelo Palmeiras, conheceu a OTB através de Seedorf, com quem jogou na época de Botafogo.

"É importante ter uma empresa para fazer essa gestão de carreira. Não só as negociações com os clubes, mas consultorias em investimentos pessoais, parte jurídica... Tento aproveitar essa estrutura da OTB. É uma relação profissional e eles também ganham com meu crescimento", disse Gabriel.

Seedorf, além de cliente, ainda é espécie de garoto-propaganda da empresa, que o destaca no site oficial. Em 2013, em entrevista ao jornal "Extra", os empresários Carlos Leite e Eduardo Uram afirmaram que o holandês, que atuou por dois anos no Alvinegro, tirava proveito da posição no clube para atrair jovens jogadores. À época, Gabriel ainda trabalhava com Leite.

Em rara entrevista, Paiva comentou desta maneira a atuação da então "ON Think Ball".

- Nós apresentamos a ele (Seedorf) o nosso novo projeto, que consiste em gerenciar carreiras e contratos publicitários de atletas, não apenas no futebol. Ele se interessou e virou nosso cliente e embaixador. Nada além disso - disse Bruno Paiva.

Fonte: Globo Esporte
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