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Água: Velhos problemas, sem novas soluções.

Gilbués Piauí

22/08/2017 06:56

Diante do meu pouco saber, acredito que não há mais espaço para pensar, planejar e cuidar isoladamente de alguns elementos fundamentais que são indispensáveis à vida do ser humano no planeta.

Parece-me que só agora começamos a despertar para o fato de que fazem parte do mesmo pacote da nossa sobrevivência; a água, o saneamento básico, a tecnologia, a produção de alimentos, de energia e o meio ambiente.

No caso do Extremo Sul do Piauí, devemos atentar para o princípio de conscientização; para a necessidade de utilizarmos amplamente as tecnologias existentes, além de uma boa política que englobe reuso da água, reaproveitamento dos efluentes domésticos e até providências de menor efeito, mas também importantes, como a coleta da água das chuvas.

Não é mais segredo pra ninguém os motivos que nos empurraram para a atual crise hídrica já que estamos vivendo nessa região. Há tempos assistimos calados a morte dos nossos principais mananciais; rio Gurguéia, rio Corrente, rio Paraim e Lagoa de Parnaguá (apenas estes como exemplo).

Não adianta estarmos no topo da lista de uma das regiões do país mais bem servidas de água doce, se não conseguimos vencer velhos problemas crônicos por falta de um planejamento integrado, que englobe as três esferas da administração pública (municipal, estadual e federal) e sociedade.

Os órgãos responsáveis pelas estruturas de fornecimento de água com qualidade e esgotamento sanitário também precisam melhorar seus métodos de gestão, buscando maior eficiência, especialmente no tratamento e  distribuição da água. Evitando assim, os desperdícios.

O Brasil está se preparando para receber no próximo ano, em abril de 2018, o oitavo Fórum Mundial da Água, organizado pelo Conselho Mundial que reúne 70 países e organiza esses encontros a cada três anos.

Cá pra nós, no próximo dia  05 de setembro teremos na cidade de Bom Jesus, uma reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica do Gurguéia onde estarão presentes várias associações, poder público, técnicos  e ambientalistas do vale do Gurguéia. Considerando as proporções, são eventos de grande relevância diante dos problemas que serão discutidos.

Em nossa região, o cenário é cada vez mais sombrio, com a evidência cada dia mais forte do aumento da fome e da pobreza devido à escassez da água. Em nossos debates não podemos deixar de discutir as dificuldades que grande parte de nossa população enfrenta nessa área. Temos que abordar tudo o que diz respeito a água, incluindo seus aspectos culturais e sociais.

Os aspectos sociais dizem respeito à importância de haver água potável para todos os cidadãos em qualquer parte da região, a tão almejada universalização dos serviços de saneamento, que acontece apenas em um número muito reduzido de cidades de nosso estado (Piauí).

No Piauí, excetuando Teresina, onde a população tem água limpa em suas torneiras e os esgotos são tratados, todos os municípios padecem das mesmas “enfermidades” que enfrentamos aqui: pouca (nenhuma) utilização das modernas tecnologias, enorme desrespeito ao meio ambiente, desperdício de água potável, excesso de burocracia, ausência de uma política única e integradora para essa área etc.

As providências para a construção de um bom sistema que atenda aos anseios do povo já são conhecidas; por isso não é preciso ser especialista em água e tratamento de esgoto para sabermos que não há mais novidades a serem discutidas.

É preciso apenas decisão política dos governos para implantar o que já existe. Enquanto eles não decidem, o povo do Extremo Sul do Piauí, padece.

Fonte: Portal Fort Notícias.
Edição: Henrique Guerra
Por: Henrique Guerra
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