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Caixa atualiza aplicativo do auxílio emergencial para reduzir fila virtual

Em menos de um mês, o Caixa Tem já foi atualização 15 vezes para reparos de falhas e melhoramentos na performance do serviço.

11/05/2020 09:05

Além das filas nas agências da Caixa Econômica por todo o país, o aplicativo Caixa Tem usado para recebimento do auxílio emergencial agora criou filas digitais para a população que tentou acessar o benefício sem sair de casa. Embora tenha criado em 2019, aplicativo foi aprimorado às pressas para ser usado durante a pandemia e já tem quase 82 milhões de downloads.

Por conta da sobrecarga, o aplicativo não deu conta de atender os milhares de acessos simultâneos, o que levou à corrida às agências e formação de filas. Entre os relatos feitos nas lojas de download, há usuários informando a demora superior a uma semana para fazer as operações no Caixa Tem, além de travamentos, problemas de conexão e de validação dos dados.


Foto: Agência Brasil

“O app trava muito e quase sempre não consegue completar as operações de transferência ou pagamento”, disse um usuário em 5 de maio. “Não consegui ter acesso por 10 dias seguidos”, disse outra. Importante lembrar que na fila virtual, o usuário não poderia sair do aplicativo e acessar outras funções do celular se não “perderia o lugar”.

Por conta das reclamações, a Caixa Econômica informou que fez reparos no aplicativo. “Hoje [quinta], a fila não está demorando mais do que um minuto na versão 1.20.1 [do app]. No iOS, sistema da Apple, vamos migrar de sexta (08) para sábado (09). A usabilidade melhorou 1.000%”, disse Cláudio Salituro, VP de Tecnologia da Caixa.

Já são 15 atualizações do Caixa Tem em menos de 20 dias. De acordo com o banco, a última permitirá até 5 mil usuários por minuto. As mudanças já levaram a comentários positivos nas lojas de download. “Depois de mais de um mês, consegui fazer o saque”, afirmou uma usuária.

O Caixa Tem

O app do auxílio emergencial surgiu em meio a uma necessidade igualmente urgente durante a pandemia de coronavírus. A necessidade de uma resposta imediata da Caixa Econômica levou a uma série de problemas e o próprio banco reconhece que houve falhas. “De fato, é legítima a reclamação, mas estamos implantando melhorias e temos o conforto de dizer que estamos quase lá”, disse Salituro.

Ele lembra que o Caixa Tem foi projetado para atender a 1 milhão de pessoas em um ano, mas em menos de um mês começou a receber até 4 milhões de acesso por dia.

Apesar das melhorias, pesquisadores criticam pontos como falta de informação sobre requisitos mínimos para celulares que podem usá-lo e a dificuldade de instalação em aparelhos mais antigos.

"Governo e Dataprev conseguiram revelar 46 milhões de brasileiros que estavam invisíveis a políticas sociais. Mas as pessoas não estão necessariamente recebendo em suas atuais contas, mas na poupança social digital. Isso sobrecarrega", diz Marco Konopacki, pesquisador ro ITS-Rio e ligado à Universidade de Nova York.

Assim como em outros países, o Brasil utilizou sua infraestrutura tecnológica já existente para conectar governo e cidadãos na pandemia, ressalta a pesquisadora de internet e governo Yasodara Cordova.

"Mas não podemos comparar Brasil com Inglaterra, que trabalha com um gabinete digital há 20 anos e tem um site simples, universal e que oferece ajuda a analfabetos e idosos. O que faltam são agentes do governo auxiliando as pessoas para que consigam realizar as operações pelo celular", diz.

A Caixa diz que o pagamento do auxílio é o maior programa de inclusão social, financeira e digital do Brasil, que houve redução considerável das filas e que o atendimento foi normalizado. Sobre a compatibilidade com celulares antigos, diz que o app foi projetado para funcionar em qualquer modelo de smartphone.

Fonte: Folhapress
Edição: Portal O Dia
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