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Forças Armadas retornam à favela da Rocinha no Rio de Janeiro

Sete veículos blindados e 550 homens do Exército, Marinha e Aeronáutica estão sendo empregados em uma operação de varredura na parte alta da favela.

10/10/2017 13:35

Militares das Forças Armadas retornaram à Rocinha na manhã desta terça-feira (10) para dar apoio a uma operação da Polícia Militar na comunidade.

Sete veículos blindados e 550 homens do Exército, Marinha e Aeronáutica estão sendo empregados em uma operação de varredura na parte alta da favela.

As tropas federais foram solicitadas pela Secretaria de Segurança do Estado. O objetivo é dar apoio para que policiais possam checar informações sobre a existência de esconderijos de armas e drogas na mata que fica no alto da favela.

Foto: Rogerio Santana/ GERJ

Homens das Forças Armadas estão equipados com detectores de metal e pólvora, enquanto policiais vasculham o local com cães. No total, 1.100 homens atuam na região- 550 policiais militares e outros 550 das tropas federais.

Segundo o porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Roberto Itamar, o emprego das Forças Armadas irá durar o tempo que levar a varredura. A ideia é que os militares não permaneçam na Rocinha após o término da operação, que deve terminar nesta terça-feira.

Até às 10h30, não tinham sido registrados confrontos entre criminosos e as forças de segurança. Nenhuma apreensão havia sido feita ainda.

Retorno

Os militares retornaram à Rocinha onze dias após a desmobilização das tropas federais, que ocuparam o morro por uma semana. Desde que as Forças Armadas saíram, no último dia 29, há registro de diversos confrontos entre policiais e traficantes na favela.

Na segunda-feira, duas pessoas morreram. Houve tiroteios na parte baixa da favela em duas ocasiões durante a manhã e uma última troca de tiros à tarde. No final de semana, ao menos três civis foram baleados nos confrontos armados na Rocinha.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os militares chegaram pela primeira vez à Rocinha no último dia 17. Na ocasião, os conflitos no morro já duravam cinco dias. Desde o dia 12 que traficantes rivais se enfrentavam. A polícia interveio e em 17 de setembro recebeu o reforço de 950 homens das Forças Armadas, que ocuparam as principais vias de acesso à favela.

Os conflitos começaram após um racha na facção ADA (Amigo dos Amigos), que domina a venda de drogas na Rocinha. O então chefe do tráfico, Rogério Avelino, o Rogério 157, teria se recusado a devolver o controle das bocas de fumo da região a pessoas indicadas pelo antigo dono, o Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso em Rondônia.

Rogério era braço direito de Nem e passou a controlar o tráfico da Rocinha quando o chefe foi preso, em 2011. Recentemente, Nem teria dado ordem para que Rogério entregasse os pontos de venda de droga a um outro aliado. O traficante se recusou e matou os aliados do antigo chefe, o que culminou em uma tentativa de invasão da Rocinha por homens de outros morros ligados a Nem.

Quando as Forças Armadas anunciaram a saída da Rocinha, no último dia 29, havia indícios de que, mesmo após o cerco, homens dos dois lados do conflito ainda permaneciam na favela. Moradores relataram que os criminosos voltavam aos seus postos à noite, quando a presença policial era reduzida. O temor era de que a guerra do tráfico voltasse com a saída das tropas federais.

Após a saída, a polícia reforçou o contingente no morro com 550 homens. Desde então, tiroteios têm sido frequentes na Rocinha.

Foto: Agência Brasil

Migração

Pesquisa Datafolha feita com os moradores do Rio realizada em 3 e 4 de outubro constatou que 7 em 10 moradores da cidade querem deixá-la por causa da violência. A porcentagem é maior entre os mais escolarizados.

Além disso, para os cidadãos cariocas, mais da metade dos moradores do Rio acredita que os usuários de droga são mais responsáveis pela violência na cidade do que os traficantes.

Fonte: Folhapress
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