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Tema da redação do Enem aborda estigma das doenças mentais no Brasil

Professora avalia que o assunto era esperado e destaca aspectos que podem ser abordados pelos candidatos

17/01/2021 15:26

“O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” é o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado em todo o país neste domingo (17). A proposta foi revelada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) momentos após o início da prova.

(Fonte: Reprodução/Inep)

“É um tema que era esperado, pelo fato do Governo Federal ter implantado um programa de prevenção às doenças mentais e suicídio entre os jovens. O assunto vinha sendo comentado, e o aluno que trabalhou no eixo temático da saúde consegue produzir uma redação sobre esse tema”, pontua a professora Patrícia Lima.

A educadora ainda ressalta que a proposta de produção textual também casa com o momento de crise sanitária pelo novo coronavírus (Covid-19) que o Brasil. Ela lembra que o país registra, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), índices elevados de pessoas ansiosas, depressivas e casos de suicídios. 

(Foto: Arquivo/Agência Brasil)

“O interessante dessa temática é que envolve todas as faixas etárias da população, então o aluno deve escrever sobre a necessidade de acabar com o estigma, de a doença mental ser algo pejorativo, uma fraqueza do indivíduo e elencar a necessidade de mais informações e programas governamentais eficazes”, afirma Lima.

Além da redação, neste primeiro dia de provas do Enem os candidatos terão de responder 90 questões objetivas, sendo 45 de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Literatura, Educação Física, Artes e Língua Estrangeira); e 45 questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias (Filosofia, Geografia, História e Sociologia) em  um prazo de 5h30. 

O que é avaliado?

Os candidatos que buscam ingressar nas instituições de ensino superior precisam ficar atentos às cinco competências cobradas na redação do Enem. A primeira delas são os aspectos gramaticais e adequação a linguagem, sempre em acordo com a norma culta e formal. 

Outra questão levada em conta pelos avaliadores é a adequação ao tema, repertório sociocultural do aluno e sua capacidade de apresentar informações de outras áreas do conhecimento ao texto. Neste caso, a professora cita o exemplo da obra do escritor Machado de Assis.

“O estudante poderia mencionar em seu texto o livro “O Alienista”. Nele o autor trata a loucura justamente a partir deste estigma. O Simão Bacamarte, que é o personagem principal, traz o estigma das pessoas de acordo com o que ele pensa ser louco ou não”, lembra a docente.

Professora Patrícia Lima (Foto: Elias Fontenele/ODIA)

Ademais, observa-se a organização das informações na dissertação, bem como a habilidade para relacionar ideias, usar conjunções e operadores argumentativos. Por fim, ainda será avaliado a capacidade do candidato em apresentar propostas de intervenções para o problema pontuado no tema.

“A necessidade de dirimir e acabar com o estigma, por meio de maior investimento em campanhas publicitárias, com informações para tentar acabar com essa concepção errônea de que a doença mental não é algo social e de saúde

Patrícia Lima sugere que além da ampliação de políticas públicas como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), os candidatos poderiam abordar outros aspectos. “Maiores investimentos em campanhas publicitárias, com informações adequadas para inibir as concepções errôneas sobre as doenças mentais”, conclui.

Por: Breno Cavalcante
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