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Cinco suspeitos de fraudar concursos estão soltos e vão usar tornozeleira

Juiz Washington Luiz Gonçalves Correia arbitrou fiança de R$ 1.874,00. Advogados estão entrando com pedido de revogação de prisão de outros supostos envolvidos

16/01/2017 10:36

Está grande a movimentação na 8º Vara Criminal de Teresina desde o retorno do recesso judiciário, no dia 9 de janeiro. O motivo é a quantidade de pedidos de revogação de prisão que estão sendo feitos pelos advogados dos suspeitos de envolvimento em fraudes de concursos públicos no Piauí.

Até agora, pelo menos cinco alvarás foram concedidos pelo juiz Washington Luiz Gonçalves Correia, após arbitrar fiança de R$ 1.874,00 e determinar que os suspeitos utilizem a tornozeleira eletrônica. Um dos envolvidos foi solto na quinta-feira (12), dois foram liberados na sexta e outros dois deveriam ter sido soltos no sábado. Outros pedidos estão sendo avaliados.

De acordo com informações apuradas pelo Portal O DIA, um dos beneficiados com o alvará de soltura teria questionado o uso da tornozeleira eletrônica, alegando que isso poderia prejudicá-lo no trabalho. Por conta disso, o juiz teria suspendido a expedição de novos alvarás por alguns dias, por entender que os advogados dos suspeitos estariam usando de má-fe.

Devido à complexidade do processo e ao número de presos, o magistrado também teria solicitado, junto à Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária (DUAP), informações sobre a quantidade e onde estão detidos os supostos envolvidos em fraudes a concursos no Piauí.

Durante o ano de 2016, 72 pessoas foram presas pela Polícia Civil do Piauí em operações que investigavam esse tipo de fraude, sendo 32 na Operação Veritas, sobre o certame do Tribunal de Justiça, cinco no concurso para agente penitenciário da Sejus, e 35 durante a Operação Vigiles, contra fraude no certame do Corpo de Bombeiros. Dos três inquéritos abertos pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado, dois foram concluídos – o da Operação Veritas e o da Operação Vigiles – e um ainda se encontra em andamento – o do concurso da Secretaria de Justiça.

Ao todo, 93 pessoas foram indiciadas, sendo 21 em março, no encerramento do inquérito sobre o concurso do TJ, e 72 no inquérito sobre o concurso do Corpo de Bombeiros. Já no concurso da Sejus, a primeira etapa foi anulada, que corresponde às provas escrita e dissertativa. A decisão foi anunciada na sexta-feira (13) pelo Secretário de Justiça Daniel Oliveira, após parecer da Procuradoria Geral do Estado, que identificou a prática de ilícitos por parte de alguns candidatos que realizaram as provas.

O Portal O DIA buscou mais detalhes sobre os alvarás, mas foi informado de que o juiz não autoriza repassar dados sobre os processos. O magistrado também foi procurado, mas não pode atender a reportagem.

Por: Nayara Felizardo
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