Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

ADRs de empresas brasileiras têm forte queda após delação da JBS

Analista do mercado financeiro prevê forte alta do dólar e queda da Bovespa nesta quinta-feira (17) após reviravolta no cenário político.

18/05/2017 09:43

Os recibos de ações brasileiras negociados na bolsa de Nova York (ADRs) fecharam em queda na noite desta quarta-feira (17), logo após a informação de que os donos da JBS gravaram o aval do presidente Michel Temer para comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Os papéis ainda eram negociados por lá quando a notícia virou manchete. De acordo com a Nyse (bolsa de valores de Nova York), as ADRs da Petrobras fecharam em baixa de 1,53%, negociadas a US$ 10,29. Já os recibos do Itaú fecharam em forte baixa de 3,32%, e os da Vale recuaram 3,58%.

“Houve uma violentíssima pressão de venda destes papéis quando a notícia saiu, especialmente os das estatais”, comenta o especialista em mercado financeiro Alexandre Wolwacz, sócio-fundador do Grupo L&S. Petrobras chegou a cair 8% e Vale, 6%.

Bolsa de Valores de Nova York (Foto: REUTERS/Lucas Jackson)
Bolsa de Valores de Nova York (Foto: REUTERS/Lucas Jackson)

O índice de referência das ações brasileiras em Nova York, o EWZ iShares, recuou 3,21% nesta quarta-feira após ter despencado mais de 10%. Também fecharam em queda os papéis da Ambev, Vivo, BRF, Sabesp, Ultrapar, Companhia Siderúrgica Nacional, Gerdau e das demais ADRs brasileiras operadas no exterior.

O economista da L&S atribui a movimentação à reviravolta no cenário político brasileiro e ao temor dos investidores de que as novas revelações possam atrapalhar o andamento das reformas no Congresso, especialmente a da Previdência.

"Foi uma reação de fuga do dinheiro do risco Brasil por parte dos estrangeiros que apostavam em uma melhora no cenário econômico e confiavam na aprovação da reforma da Previdência. A movimentação mostra que eles decidiram sair o mais rápido possível deste cenário de incertezas e buscar proteção em ativos mais seguros como o dólar", avalia.

Segundo Wolwacz, a reação do mercado lá fora aponta para a possibilidade de forte queda do principal indicador da bolsa brasileira, o Ibovespa, logo na abertura do pregão na manhã desta quinta-feira (17), assim como de forte valorização do dólar frente ao real.

Fechamento dos mercados

Nesta quarta-feira, o índice de referência da bolsa paulista fechou em baixa após subir por 6 pregões seguidos, tendo como pano de fundo o cenário externo de aversão a risco diante de preocupações com o governo do presidente norte-americano, Donald Trump.

O dólar fechou em alta em relação ao real nesta quarta-feira (17), interrompendo sequência de seis quedas seguidas e que o levou abaixo de R$ 3,10, acompanhando o cenário menos otimista no exterior diante da turbulência política nos Estados Unidos.

Fonte: G1
Mais sobre: