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Consumidor pode adotar medidas para melhorar 'nota' e conseguir crédito

O score é basicamente um raio-x do consumidor, com informações sobre pagamentos em dia, quanto da renda é comprometida com dívidas se usa o cheque especial ou paga o mínimo do cartão de crédito, por exemplo.

14/08/2017 14:39

Ao tentar alugar um apartamento no Rio, o representante comercial Alberto Lopes, 56, descobriu ter alto risco de dar calote. Sem dívidas e com nome limpo, tentou entender por que sua nota de crédito era tão baixa -272, em uma escala que vai até 1.000.
"Tenho nome limpo, sem dívida pendente, mas não consigo comprar a prazo por causa da nota. Disseram que não dá para fazer nada, que a pontuação sobe com o tempo", afirma. "O critério é tão falho que minha filha, que não tem nem uma bicicleta ou renda, tem pontuação três vezes melhor", critica.
A única mancha no histórico dele foi há 10 anos, quando foi negativado por não pagar uma dívida. Isso, porém, basta para que bancos, lojas e birôs de crédito considerem que ele ofereça mais risco do que outros consumidores.
O score é basicamente um raio-x do consumidor, com informações sobre pagamentos em dia, quanto da renda é comprometida com dívidas se usa o cheque especial ou paga o mínimo do cartão de crédito, por exemplo.
"Quem fica negativado, mesmo que limpe o nome, é considerado de médio risco. Isso impede que seu score [pontuação] melhore. A lógica é que ele pode voltar a ficar negativado", explica Pablo Nemirovsky, superintendente de serviços ao consumidor da Boa Vista SCPC.
Para calcular a nota, birôs usam variáveis como estado civil, idade e renda presumida, que ajudam a determinar a probabilidade de pagamento, diz a economista Marcela Kawauti, do SPC Brasil.

Cadastro atualizado
Ter score elevado aumenta as chances de se obter crédito e pode reduzir os juros cobrados pelo banco. E melhorar a pontuação, às vezes, demanda pouco esforço.
Até atualizar o cadastro junto a credores e birôs de crédito, por exemplo, ajuda a aumentar a credibilidade.
"Quanto mais atualizada for a informação, melhor dá para prever o comportamento do consumidor. A tendência de inadimplemento é maior entre aqueles que não atualizam o cadastro", diz Nemirovsky, da da Boa Vista SCPC,
Pagar contas em dia é importante, assim como organizar o orçamento para não entrar no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito.
Em relação aos empréstimos, a dica é não ultrapassar o limite de comprometimento de renda considerado saudável, que é em torno de 30%.
Até ter um emprego formal ajuda, pela ideia de previsibilidade de renda.
Por outro lado, ter o nome consultado muitas vezes nos birôs de crédito acende a luz amarela. "A procura por bancos ou financeiras num curto período pode indicar que a pessoa está com algum descontrole e pode vir a ficar inadimplente", diz Nemirovsky.
E para quem já teve nota baixa, um alerta: elevar o score pode levar tempo. O resultado pode aparecer após um ano, afirma Vander Nagata, da Serasa Experian.
Segundo a Serasa, 54% dos inadimplentes que regularizaram sua situação voltaram a ter o nome sujo no ano seguinte. Hoje o país tem 61 milhões de inadimplentes, segundo o birô de crédito

Fonte: Folhapress
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