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Energia mais cara pesa na decoração do período natalino

Reajuste anual de 27,63% e bandeira vermelha fizeram a conta aumentar, desestimulando decoração nas casas de Teresina

02/12/2017 08:16

No período do fim do ano, é comum as residências se iluminarem para celebrar a chegada do Natal. Pisca-piscas, arranjos luminosos e decorações vivas fazem parte da tradição do mês de dezembro. No entanto, um novo cenário ameaça o que era constante em grande parte dos lares piauienses. Após reajuste na tarifa energia elétrica, famílias dizem que escolherão passar o Natal sem investir em luzes para não aumentar o consumo elétrico.

É o caso de Paulo Santos, que ainda não pôs nenhuma decoração na casa em que divide com a esposa e os dois filhos. Apesar de ser um entusiasta do período natalino e anualmente decorar a casa para celebrar a ocasião, este ano, o empreendedor disse que fará uma redução no que costumava preparar.

“Ano passado coloquei mais de dez conjuntos de luzes, mas com esse aumento agora fica impossível a gente fazer igual. Vamos celebrar o Natal sim, mas de uma forma bem mais tímida”, considera acrescentando que viu a conta de luz aumentar de pouco mais de R$ 100 para R$ 220.

O incômodo de Paulo e tantos outros consumidores piauienses é explicado pelo gerente de Faturamento da Eletrobrás Piauí, Glauco Rodrigues. Em setembro, entrou em vigor o reajuste anual médio de 27,63% na tarifa energia elétrica para clientes da Eletrobras Piauí, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“Em setembro do ano passado, tivemos um reajuste que foi de 1,41% e nesse ano teve o novo reajuste que foi de 27.63%. Foi um aumento considerável. Por isso, o consumidor sentiu tanto. Além disso, entrou em vigor a bandeira vermelha patamar 2, o que pesou ainda mais sobre o uso de energia”, explica.

No período, a bandeira tarifária vermelha (patamar 2) teve custo de R$ 3,50 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. “Em outubro, a bandeira vermelha patamar 2 era R$ 3,50 a cada 100kWh consumidos, mas em novembro teve um novo reajuste no valor da bandeira, que passou de R$ 3,50 para R$ 5 a cada 100 kWh consumidos, isso pesou ainda mais”, lembra o gerente.

Essa foi a primeira vez que o patamar 2 foi acionado - desde que a bandeira vermelha passou a contar com as duas graduações, em janeiro de 2016.

Com a carga de aumentos em sucessão, o consumidor sentiu a elevação consideráveis ao consumir energia elétrica. Mas Glauco lembra que a partir de dezembro, a bandeira volta a ser patamar 1, no valor de R$ 3 a cada 100 Kwh consumidos. O gerente destaca, ainda, que as pessoas podem ter estratégias para não se privar das luzes natalinas.

“Essas lâmpadas utilizadas para decorações natalinas são de baixo consumo porque utilizam tecnologia apropriada para isso. O consumidor deve saber pesar e equilibrar o uso desses artifícios, pois é possível utilizar os itens de decoração e manter o controle no consumo”, recomenda.

Explicação

Os aumentos programados pela Aneel levam em consideração, entre outras coisas, as situações dos reservatórios do país e o preço do combustível. “Este ano, a Aneel também mudou a forma de cálculo para reajuste tarifário porque ela passou a aplicar de forma mais exata os índices de perdas, tanto administrativas quanto técnicas. As administrativas são as ligadas a inadimplência e as técnicas aos desvios de energia, os chamados ‘gatos’. Esse valor é repassado também para o consumidor. Infelizmente, é o bom pagador pagando pelo mal pagador”, finaliza.

Por: Glenda Uchôa
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