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Implantes de silicone no RJ crescem 20%, apesar da crise

Pacientes procuram próteses mais naturais e anatômicas, disse o cirurgião. Rio é a cidade é que mais vende próteses mamárias no Brasil.

15/09/2015 09:14

Antes e depois de Lidiane (Foto: Arquivo pessoal)

Antes e depois: a professora de educação física Lidiane Braga escolheu a prótese de 280ml (Foto: Arquivo pessoal)

Apesar da crise econômica que o Brasil está enfrentando, o número dos implantes de silicone para os seios aumentou 20% no Rio de Janeiro em 2015, em relação ao 1º semestre do ano passado, segundo a Silimed, maior fabricante de próteses da América Latina.

De janeiro a julho, a capital fluminense fechou 45.335 vagas de trabalho, segundo o estudo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).  De acordo com o Caged, o setor de serviços foi o que mais reduziu postos, 19.929, seguido do comércio, 16.698 vagas. Apesar disso, o CEO (chefe-executivo) da Silimed, Gabriel Robert, afirma que o mercado da beleza e da saúde não foram afetados pela crise. De acordo com Gabriel, hoje, o Rio é a cidade é que mais vende próteses mamárias no Brasil.
“Tanto o mercado da saúde como o da beleza continuam crescendo, apesar da crise. A gente [o mercado das próteses] se encaixa na saúde e na beleza, porque a gente acaba provendo o bem-estar", disse Gabriel Robert.

O cirurgião plástico Eduardo Sucupira, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, confirma o aumento na procura. Ele afirma que um dos motivos é o fato do turismo no exterior ter ficado caro para os brasileiros, e as pessoas terem passado a investir o dinheiro em outras vontades.
”As pessoas deixaram de realizar gastos no exterior, permanecendo aqui sem viajar, e aproveitando para realizar um outro sonho – que é a cirurgia para implante de silicone. Alguns estrangeiros também procuram fazer a cirurgia aqui, não só pela qualidade do serviço, mas também pelo fato da moeda deles estar valorizada e os custos serem menores”, explicou Sucupira. Ainda de acordo com o cirurgião, existe procura por parte de estrangeiros vindos da França, Inglaterra, Itália e Estados Unidos.

Lidiane disse estar muito satisfeita com o resultado da prótese de silicone (Foto: Arquivo pessoal)

Lidiane disse estar muito satisfeita com o resultado
da prótese de silicone (Foto: Arquivo pessoal)

Eduardo afirma que a procura costuma aumentar durante o inverno e que os meses de agosto e setembro tiveram um consumo maior do que nos anos anteriores. “Se a pessoa não viajou, não gastou com compras lá fora, ela está aqui e acaba tendo o prazer na troca de uma viagem pelo implante, que é recompensa pessoal e mais duradoura”, completou.

A professora de educação física Lidiane Braga foi uma das que realizou o desejo de colocar a prótese de silicone. Para ela, a principal mudança foi em relação a autoestima.

“Eu fiquei muito satisfeita com o resultado. Mudou a minha autoestima e mudou até a minha postura, porque eu andava meio envergada. Mudou até o tipo de roupa que eu uso. Agora eu não tenho problema em usar biquíni sem bojo e qualquer tipo de blusa dica perfeita”, disse Lidiane. O modelo escolhido por ela foi o redondo de 280ml.
Mudança nos tamanhos das próteses
Além do aumento da demanda, apesar da crise, os cirurgiões tem reparado também uma alteração no perfil de prótese procurada. De acordo com Sucupira, é possível dizer que ocorreu uma redução média na procura de 350ml para 270ml. Além disso, as pacientes tem aceitado – e até solicitado – a prótese em formatos mais anatômicos, que são os implantes conhecido popularmente como “implante em gota”. (veja a evolução dos tamanhos abaixo)

“Eu costumo usar as próteses texturizadas com perfil alto ou extra alto. A procura é muito grande pelos formatos anatômicos, que dá um resultado e aparência mais natural e mais original. Hoje, existe a preocupação de querer algo mais natural e proporcional ao corpo de cada uma. As pessoas querem resultados duradouros e que apresente um resultado agradável”, explicou.

Com a mudança das referências, a demanda pela troca do tamanho das próteses também começa a aparecer. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica mostram que, entre o início de 2014 e os primeiros meses de 2015, a troca de próteses entre 300 e 350 ml, consideradas grandes, por modelos menores, entre 200 e 250 ml, cresceu até 15%.

“A gente recebeu durante muitos anos a influência do povo americano, mas eles têm a média de altura e proporções maiores que a nossa. Alguns pacientes que exageraram na escolha também verificam a possibilidade de uma troca por um volume menor”, disse Sucupira.
Para escolher o modelo ideal para cada paciente, Eduardo Sucupira faz uso de um algoritimo que é um estudo baseado nas cinco medidas da mama: a largura da base da mama, a medida do estiramento anterior máximo da pele, a distância da papila (ou mamilo) até a fúrcula esternal, a espessura de tecido celular subcutâneo do polo superior e a espessura de tecido celular subcutâneo no sulco inframamário.

A professora de educação física Lidiane Braga escolheu a prótese de 280ml (Foto: Arquivo pessoal)

Antes e depois de Lidiane (Foto: Arquivo pessoal)

A evolução das próteses:
Década de 1960 - primeira geração de próteses. Formato redondo, lisas, preenchidas por silicone líquido e com alto índice de contratura capsular.
Década de 1970 - segunda geração de próteses. Gel um pouco viscoso, com revestimento mais fino e liso, e um formato redondo.
Década de 1980 - terceira geração de próteses de silicone. Gel um pouco viscoso, com revestimento liso e mais resistente a ruptura, com camada de poliuretano, e um formato redondo.
Década de 1990 - quarta geração de próteses de silicone. Gel viscoso e coesivo, com revestimento texturizado ou liso, com camada de poliuretano. Cobertura espessa e resistente a ruptura e formatos anatômicos e redondos.
A partir dos anos 2000 - quinta geração de próteses de silicone (atual). Gel viscoso, coesivo e estável, que não deforma, com revestimento texturizado ou liso e amada de poliuretano. Cobertura espessa, forte e resistente a ruptura e formatos anatômicos, redondos e cônicos.  Nessa última geração existe uma camada intermediária no revestimento da prótese que evita vazamentos. A nova tecnologia também impede que o silicone vaze ou escorra.

Proteses nos anos 1980 e 1990 (Foto: Silimed/Divulgação)

Próteses nos anos 1980 e 1990 (Foto: Silimed/Divulgação)

Próteses dos anos 2000 (Foto: Silimed/Divulgação)

Próteses dos anos 2000 (Foto: Silimed/Divulgação)

Fonte: G1
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