Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Presidente do BNDES diz que juros altos são 'pornografia econômica'

Presidente do BNDES criticou o novo teto de gastos, os juros altos, que classificou de "pornografia econômica", e o grupo de economistas que apoiam a redução do tamanho do banco de fomento.

05/10/2017 10:03

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), Paulo Rabello de Castro, disse nesta quarta (4) considerar "improvável" a antecipação dos R$ 130 bilhões requeridos pelo governo em 2018.

Segundo ele, o banco precisa de tempo para substituir suas fontes de financiamento. "A viúva [o governo] nem começou a gastar e já quer se equilibrar. O BNDES não tem tanto cheque assim", disse ele, em São Paulo.

Rabello de Castro criticou o novo teto de gastos, os juros altos, que classificou de "pornografia econômica", e o grupo de economistas que apoiam a redução do tamanho do banco de fomento.

"Queremos mais moralidade no Brasil? Comecemos pelos juros. Às vezes a imoralidade veste terno e gravata."

Ao falar sobre o teto de gastos, disse que a rubrica "investimentos" deveria ser obrigatória no Orçamento e todas as demais, incluindo a "Previdência e o salário de desembargadores", contingentes.

O discurso mais duro, no entanto, não estaria ligado à filiação ao PSC (Partido Social Cristão), anunciada na terça (3). "Sou candidato a fazer o melhor possível no BNDES".

O economista disse que escolheu o PSC porque o partido "está mais perto de Jesus".

Parabéns

"Tem economistas da 'meia-entrada' que comemoram que o banco está encolhendo. Em breve, encolherá a ponto de não ser mais perceptível. Muito bem, parabéns", disse, em tom irônico.

Ele se referiu ao termo usado pelos economistas Marcos Lisboa e Zeina Latif em crítica aos subsídios econômicos, como os juros mais baixos do BNDES, especialmente a grandes empresas.

Nos últimos anos, foram emprestados cerca de R$ 500 bilhões ao BNDES, que antecipa o montante aos poucos.

Além de R$ 50 bilhões a ser devolvido neste ano, o governo conta com R$ 130 bilhões em 2018 para cumprir a "regra de ouro", que impede que o governo se endivide para pagar despesas de custeio, como salários. Os recursos devolvidos evitariam que a regra fosse descumprida.

Fonte: Folhapress
Por: Flavia Lima
Mais sobre: