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60% dos alunos terminam o 1º Ano com fluência na leitura

Por outro lado, pesquisa nacional aponta que, a cada dez brasileiros, três são analfabetos funcionais.

23/11/2018 10:21

O hábito da leitura e a capacidade de interpretação são problemas históricos no Brasil. O Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) mostra que, a cada dez brasileiros, três são analfabetos funcionais. Esta é uma pesquisa realizada com o objetivo de mensurar o nível de alfabetismo da população brasileira entre 15 e 64 anos, avaliando suas habilidades e práticas de leitura, de escrita e de matemática aplicadas ao cotidiano. O Inaf 2018 foi medido com base em dados coletados entre fevereiro e abril deste ano.

Mas, em Teresina, cerca de 60% dos alunos estão saindo do 1º Ano já alfabetizados. O dado repassado por Carmem Portela, coordenadora do Projeto Alfabetiza Teresina, é um avanço em relação ao que se percebia antes da implementação do projeto. Apesar do bom resultado, ainda há um caminho a percorrer. A meta agora é que 80% dos alunos saiam das séries iniciais do Ensino Fundamental alfabetizados. Com a continuidade do projeto, espera-se alcançar 100% da alfabetização no 1º Ano.

“Queremos alfabetizar 100% dos nossos alunos. A gente sabe que a base da educação está na alfabetização. O Alfabetiza Teresina foi lançado este ano por conta disso. A gente tem essa meta, coisa que não conseguíamos anteriormente”, explica.

Meta é alcançar 100% da alfabetização ainda no 1º Ano do Ensino Fundamental. Foto: Poliana Oliveira/ODIA

Para alcançar esta meta, o projeto aposta no incentivo à leitura e escrita, com a implementação de diversas sequências didáticas nas escolas, utilizando os gêneros textuais diversos “para que as crianças possam ter contato com a leitura e, a partir daí, despertar o interesse pela leitura e a escrita”, afirma Carmem.

Leitura e brincadeiras em conjunto despertam habilidades 

Com um mundo que se transforma de forma cada vez mais veloz e cujas relações exigem mais das pessoas, desenvolver habilidades para lidar com isso é fundamental. Nesse sentido, as escolas têm apostado em um trabalho que relacione as competências socioemocionais (também chamadas de não-cognitivas ou transversais).

O escritor Paul Tough defende que competências socioemocionais “são habilidades que você pode aprender; são habilidades que você pode praticar; e são habilidades que você pode ensinar”. Isso pode ser feito no ambiente escolar ou dentro de casa.

Nesse sentido, Carmem enfatiza que essas habilidades precisam ser trabalhadas dentro da escola. Pesquisas já mostram, por exemplo, que mais autoconfiança, motivação e expectativas levam a um melhor domínio da língua materna. Esse é um dos resultados de um estudo realizado pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).

Atividades lúdicas são um atrativo a mais para as crianças. Foto: Poliana Oliveira/ODIA

“A criança começa a entender que ela precisa falar em público, que ela precisa se mostrar para as pessoas com desenvoltura, entendendo que ela tem capacidade intelectual para estar apresentando alguma coisa. A gente já começa a trabalhar para que essa criança leve esse conhecimento para fora da escola também”, pontua Carmem.

Daniele Maria é vice-diretora de uma escola na zona Leste de Teresina e conta que as atividades lúdicas são um atrativo a mais para as crianças. Entendendo que as brincadeiras movem o mundo dos pequenos, as professoras apostam nisso para desenvolver habilidades socioemocionais.

“Realizamos atividades de leitura diariamente, para trabalhar essa parte da inibição. Eles são um pouco inibidos. Nós mobilizamos as crianças em torno de contação de histórias, teatrinhos e pedimos para os pais participarem desses momentos com eles também”, assinala.


Edição: Virgiane Passos
Por: Ananda Oliveira
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