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Bilhetagem eletrônica não inibe comércio ilegal de passagem de ônibus

Em vans ou em pontos fxos, é possível vender os créditos do cartão a R$ 2,20. Tarifa custa R$ 3,30.

22/01/2017 12:36

Apesar de ilegal, o comércio de compra e venda de créditos de transporte em Teresina não acontece de forma velada. Vans, pontos fixos de compra no Centro e zona Sul da cidade e até pessoas que se deslocam às empresas para recolher cartões fazem parte de uma rede bem estruturada para a irregular compra do benefício. A reportagem d’O Dia flagrou como se dá a ação dos cambistas nas diferentes modalidades comprovando que a ação é recorrente na cidade. Em todos os casos, a revenda ocorre por um valor menor que o das tarifas oficiais do município.

Para utilizar o transporte coletivo na Capital, o usuário tem de utilizar dois critérios: pagar a passagem em dinheiro ou se utilizar dos bilhetes eletrônicos. Esse último foi criado no intuito de evitar acúmulo de moeda dentro dos transportes, além de inibir a falsificação e o comércio ilegal dos bilhetes. No entanto, a tecnologia ainda não conseguiu eliminar a venda irregular de passagens.

Reportagem de O DIA flagrou como acontece a venda ilegal de créditos em Teresina (Foto: Elias Fontinele / O DIA)

A reportagem de O DIA acompanhou a negociação feita diretamente com cobradores de vans que circulam na cidade. A venda é explícita. Com o cartão do trabalhador, benefício disponibilizado pelas empresas em cumprimento a Lei 7.418, de 1985, que define que o empregador deve participar dos gastos com deslocamento do funcionário; os cobradores das vans descarregam a quantidade de créditos a ser revendida e repassam um valor inferior ao usuário.

Na grande maioria das vezes, os cartões são comprados de trabalhadores que se deslocam ao trabalho por meio de outro modal – como carro ou bicicleta – e vendem seus bilhetes. Há também cartões adquiridos de estudantes.

Com o antigo valor da passagem inteira estabelecido em R$ 2,75, por exemplo, a compra dos créditos era estabelecida em R$ 1,80, incorrendo em uma perca direta de quase R$ 1 ao trabalhador. Com a nova tarifa reajustada para R$ 3,30, as vendas são repassadas no valor de R$ 2,20, uma perca real de R$ 1,10 para o trabalhador. 

Com o registro dos créditos nas maquinas de bilhetagem, ao final de cada período, o transporte pode informar ao Setut – Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina, a quantidade de créditos recolhidos e ter o valor repassado. Mesmo ilegal, o comércio é contínuo.

A íntegra desta reportagem especial pode ser lida na edição deste domingo do Jornal O DIA.

Fonte: Jornal O DIA
Por: Glenda Uchôa
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