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Evento de hip hop debate produção musical e protagonismo feminino

Mulheres estão se mobilizando e mostrando que também podem ocupar espaços

26/09/2016 07:58

Durante a VII edição do Hip Hop Acontece, realizada nesse domingo (25), no Centro de Produção da Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina, além do lançamento do 2º CD do Grupo Reação do Gueto, intitulado ‘Nordestinamente’, também foi realizada uma roda de conversa sobre o protagonismo feminino no hip hop e o lançamento do CD do rapper Preto Kedé. 

Lucas Carvalho de Araújo, um dos coordenadores do grupo, explicou que o movimento visa discutir temas relacionados às causas de luta da população que vive nas periferias de Teresina, usando o hip hop como um instrumento político e de formação. “Apresentamos documentários, trocamos ideias com outros coletivos para ver como está o hip hop atualmente e analisamos o movimento como um todo. O hip hop vem trabalhando sistematicamente essas minorias que estão à margem da sociedade”, falou. 

Além do lançamento de produções, jovens fizeram roda de conversa sobre participação feminina (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)

Ele citou que o Grupo Reação do Gueto é bastante organizado e conta com a participação de outros coletivos, como grupos de dança, percussão, entre outros, e o intuito é atrair os jovens e dialogar com a população em geral. “Estamos com o movimento aberto para outros coletivos que queiram participar junto com a gente e trazer ideias, e quem quiser conhecer é só nos procurar, seja para dançar, grafitar, discotecando ou fazendo rap”, destacou. 

Marcos Gabriel Ferreira é cantor de rap e também faz parte do movimento de hip hop. Juntamente com o grupo Reação do Gueto, tem participado de atividades em diversos pontos culturais da cidade, como no Centro de Artesanato, além de palestrar em escolas. Segundo ele, o trabalho desenvolvido é todo voltado para os jovens. 

“A cada dia que passa o hip hop vai conquistando mais a juventude. Antes éramos muito marginalizado e o movimento não tinham apoio, mas agora somos independentes e temos uma importância para juventude, pois ajudamos eles a refletir sobre o que está acontecendo à sua volta e sem eles não existiríamos”, finalizou. 

O rapper Preto Kedé aproveitou o evento para lançar seu primeiro CD online, que está disponível em sua página no Facebook. Ele destacou que nesse trabalho traz uma mistura do rap e reggae, com ideias renovadas, mostrando um novo olhar do dia a dia. 

Carmen MC também participou do evento e pontuou a participação das mulheres no movimento hip hop, que ainda é uma cultura dominada por homens e machista. “Consequentemente o machismo impera, mas as mulheres existem, só que foram muito invisibilizadas e no Piauí não era diferente. Poucas mulheres subiam no palco, mas essa realidade está começando a mudar”, falou. 

Ela acrescentou que as mulheres estão se mobilizando e mostrando que também podem ocupar este espaço. Carmen MC frisou que os homens ainda encaram a participação da mulher com uma forma agressiva, mas ela pontuou que é através da luta e de debates que é possível evoluir e fazer com que a mulher tenha seu trabalho reconhecido.

Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
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