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Funcionários dos Correios ignoram solicitação de retorno às atividades

Categoria segue com suas atividades paradas no Piauí e questiona legalidade de liminar do TST.

03/10/2017 07:30

Os funcionários dos Correios continuam em greve no Piauí, mesmo com a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) tendo solicitado o retorno imediato das atividades. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect/PI), Edilson Rodrigues, a declaração do ministro Emmanoel Pereira, vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de que a greve da categoria é abusiva, está equivocada. 

 “A gente resolveu continuar por orientação da própria Federação (Fentect). Essa liminar não preenche todos os requisitos, como manda a lei de greve; uma vez que o ministro dá uma liminar sem que haja nenhuma audiência de conciliação, há uma ilegalidade. Além disso, a liminar não estabelece também multas para a Federação, então continuamos parados”, explica Edilson. 

Movimento segue mobilizando funcionários da empresa (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

O ministro Emmanoel Pereira justificou sua declaração enfatizando que a paralisação foi iniciada enquanto ainda estava em andamento um processo de negociação coletiva. Porém, o presidente do Sintect/PI esclarece que a própria empresa é quem não comparecia às reuniões de negociação; por isso, eles deflagraram greve. 

“Na realidade, não houve abuso. O comando estava instalado em Brasília no sentido de receber a direção da empresa para se negociar de fato, o que não houve. Quem marcou as reuniões com a Fentect foi a empresa. Ficou marcado para o dia 8 de agosto e a empresa desmarcou; depois marcou para o dia 22 e também desmarcou. Em uma própria negociação coletiva em curso durante setembro, houve duas reuniões e, na terceira reunião, a empresa desmarcou novamente. Tentávamos e a empresa desmarcava, então não houve ilegalidade”, defende o presidente do Sindicato. 

Recurso 

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) já entrou com um recurso no TST, pedindo a reconsideração do próprio ministro. “Caso não seja atendido, está sendo feita uma grade de instrumento no tribunal pleno do TST para que seja reconsiderada essa questão da paralisação”, afirma Edilson. 

A decisão da liminar concedida dia 25 de setembro, que determinou a manutenção de 80% das atividades nas unidades da empresa, somada à declaração do ministro Emmanoel Pereira, fez com que alguns funcionários deixassem a greve. Porém, o Sindicato diz que, ao passo que houve um refluxo, também houve adesão de outros setores. 

O carteiro José Wilson escolheu continuar com a greve e diz que só vai voltar a trabalhar quando toda a categoria retornar. “Já entrei no fogo, é para se queimar, agora vou continuar até o fim da greve”, ressaltou ele.

Edição: Virgiane Passos
Por: Karoll Oliveira
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