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Greve dos ônibus: trabalhadores mantêm paralisação após proposta da Prefeitura

Categoria diz que é preciso que o prefeito assine um documento formalizando a proposta de subsídio do tíquete alimentação e plano de saúde para se discutir o fim do movimento.

04/11/2020 10:26

Os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina continuam em greve mesmo após a Prefeitura de Teresina ter proposto garantir um subsídio durante quatro meses para custear os tíquetes alimentação e plano de saúde dos trabalhadores da categoria. Em conversa com o Portalodia.com, o representante do SINTETRO (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Teresina), Miguel Arcanjo, informou que a proposta do prefeito Firmino Filho não foi oficializada em nenhum documento e que até isso ocorra, o transporte público da capital segue parado.

“Nós não temos como encerrar a greve só porque o prefeito falou que vai fazer algo. Precisa oficializar, precisa de um documento assinado com o comprometimento por escrito de que a proposta será posta em prática e o acordo cumprido. Até que isso seja feito, continuamos em greve”, explicou Miguel Arcanjo.

Nesta quarta-feira (04), a greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Teresina completa uma semana. O impasse gira em torno do pagamento de benefícios trabalhistas como o tíquete alimentação e o plano de saúde, bem como na concessão do reajuste acordado entre profissionais e empregadores em janeiro deste ano.


Foto: O Dia

De acordo com Miguel Arcanjo, este acordo previa pagamento de reajuste salarial de 4,48%. Essa porcentagem a mais foi paga nos vencimentos de janeiro, fevereiro e março, mas a partir de abril, os trabalhadores deixaram de receber o valor reajustado. “Alegaram a crise. A gente sabe que estamos numa crise, mas também não podemos ser penalizados”, argumenta.

Ainda em maio, os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina deflagraram uma greve, a primeira de 2020. Retornaram às atividades em final de julho após quase três meses de paralisação das atividades. No início de outubro, uma nova paralisação aconteceu em reivindicação pela concessão do tíquete alimentação e do plano de saúde. Uma decisão judicial do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que os ônibus voltasse a circular, mas na semana passada, a categoria voltou a paralisar alegando não cumprimento dos acordos fechados.


Foto: O Dia

Vale lembrar que o SETUT (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina) já foi a público afirmar que todos os termos do acordo coletivo firmado no começo do ano estão sendo cumpridos e que o impasse em torno do tíquete alimentação e do plano de saúde persistem, porque estes itens não fizeram parte do acordo fechado.

Nesta terça-feira (03), o prefeito Firmino Filho propôs o subsídio da Prefeitura aos tíquetes alimentação e planos de saúde dos motoristas e cobradores e hoje, às 11 horas, representantes da PMT, da Strans e do SINTETRO vão se reunir para discutir os termos desta proposta. Caso seja assinado um documento com a Prefeitura se comprometendo formalmente com o subsídio, a greve dos ônibus pode ter um fim, mas caso isso não aconteça, o movimento continua por tempo indeterminado.

Se houver a assinatura, o SINTETRO se reunirá amanhã para discutir os termos do acordo e decidir sobre o retorno dos ônibus às ruas.

A Strans se pronunciou por meio de nota. O órgão informou que está trabalhando junto com a Procuradoria Geral do Município na elaboração do documento que formalizará o subsídio ofertado pela Prefeitura para motoristas e cobradores do transporte público. A Superintendência de Trânsito disse ainda que será aberta uma auditoria pela Secretaria Municipal de Finanças para contabilizar quantos trabalhadores estão regularizados e ativos nas empresas, para que seja definido o valor a ser disponibilizado para pagamento dos tickets e planos de saúde referentes aos meses de outubro, novembro, dezembro e janeiro. 

Ainda conforme a Strans, o Setut deve apresentar a lista de trabalhadores regularizados que têm direito ao ticket de alimentação e o Sintetro a lista de trabalhadores que têm direito ao plano de saúde.

Por: Maria Clara Estrêla
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