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Os
profissionais de Saúde que trabalham no município de Miguel Alves, a 110 Km de
Teresina, têm enfrentado desafios diários para vacinar os idosos que residem na
zona rural da cidade. Uma dessas dificuldades é com relação ao deslocamento dos
técnicos até às comunidades.
Devido ao período chuvoso, as estradas ficam danificadas e os veículos não conseguem trafegar e chegar aos moradores. Segundo Leopoldina Feitosa, secretaria Municipal de Saúde, a extensão da zona rural também dificulta o acesso à população.
(Fotos: Elias Fontinele/ODIA)
“O maior problema das equipes de vacinação é fazer chegar as vacinas até as famílias da zona rural. Temos dificuldade em acesso, pois nossa zona rural é muito extensa. A equipe se programa para ir, mas, devido a intensa chuva no dia anterior, os riachos enchem e as equipes não conseguiram ter acesso a todas as comunidades que estavam programadas e algumas pessoas ficaram esperando. Nem mesmo os carros com tração conseguiam passar”, ressalta.
Além disso, os profissionais de saúde precisam enfrentar estradas de terra com buracos e lama. Em alguns trechos, os veículos que transportam os técnicos em enfermagem chegam a ter dificuldades para atravessar o lamaçal causado pelas fortes chuvas na região.
“Estamos com problemas em atingir indicadores muito mais por falta de vacina de Covid e de logística. Essa semana fomos para a comunidade Malhado, em Santa Cruz, e o carro não conseguiu passar, e, infelizmente, não conseguimos chegar até eles. Tomamos conhecimento de que o nível do rio está mais baixo e estamos mandando uma equipe para ir fazer a domicílio, mas isso dificulta a logística, porque podíamos fazer algo com a comunidade se dirigindo até uma unidade básica de saúde, mas estamos tendo que fazer de casa em casa”, reforçou Leopoldina Feitosa.
O aposentado José Ferreira foi um dos vacinados de Miguel Alves e chegou cedo para garantir sua imunização. “Me sinto muito aliviado pela vacina que chegou e fé em Deus que vai chegar para todos. Estou feliz”, disse.
No caso de alguns idosos que não podem se deslocar até o ponto de vacinação, equipes de profissionais estão indo de casa em casa aplicar a dose da vacina nos pacientes que fazem parte do grupo de risco. Como do seu Francisco, um idoso especial e que recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca.
Maria das Neves Silva Sousa, técnica de Enfermagem do município de Miguel Alves
A técnica em enfermagem, Maria da Neves Sousa, enfatiza que, apesar de cansativo, =é gratificante poder levar a vacina aos idosos que tanto necessitam. “É muito cansativo. A gente chega em casa dolorida, mas fazemos nosso trabalho com amor. É gratificante ver que as pessoas estão sendo vacinadas e estou até achando que na zona rural está melhor do que na cidade”, pontua.
Testes são feitos na comunidade
Miguel Alves possui cerca de 33 mil habitantes e deve vacinar, aproximadamente, 1.152 idosos entre 60 e 64 anos. Até o momento, já foram vacinadas mais de três mil em todo o município. Segundo o boletim epidemiológico, divulgado na última sexta-feira (23), a cidade já acumulava 1.660 casos positivos de Covid-19 e 27 óbitos pela doença.
Leopoldina Feitosa, secretaria Municipal de Saúde de Miguel Alves, destaca que testes contra Covid estão sendo realizados na comunidade, de forma a identificar possíveis pacientes com a doença. Ao diagnosticar esse indivíduo positivado, a orientação é deixa-lo de quarentena até que se recupere, de modo a não transmitir o vírus para outras pessoas.
Essa testagem acontece desde fevereiro deste ano e é voltada para trabalhadores que atuam em locais com aglomerações, como padarias, comerciantes e profissionais de saúde
“Desde fevereiro intensificamos as ações de busca ativa no município. Fazemos 100% dos testes rápidos justamente para que possamos fazer o diagnóstico precoce, mesmo com o paciente assintomático, e colocamos essa pessoa em isolamento. Fizemos de todos os funcionários públicos da Prefeitura, Educação e Cras em um único dia. foram mais de 120 pessoas que realizaram o teste, sendo que sete estavam com Covid-19, e elas só puderam voltar aos seus trabalhos depois de sete dias”, explicou Leopoldina Feitosa.
A vacinação contra Covid-19 tem ocorrido paralelamente à vacinação contra Influenza, a vacina contra Gripe.
