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População ocupa propriedade no Jacinta Andrade e pede divisão de lotes

Adultos, jovens e crianças estão morando no local e lutam pelo direito de ter uma casa própria.

21/06/2016 09:16

Pessoas desabrigadas, que foram despejadas ou moravam em casas que não lhes pertenciam, se juntaram e invadiram um terreno no Conjunto Residencial Jacinta Andrade, zona Norte de Teresina. Mais de 400 famílias estão ocupando o local que antes estava abandonado e esperam uma resposta da Prefeitura de Teresina para saber qual será a solução para o problema. 

400 famílias se uniram e agora começam a montar habitações em uma área que não estava habitada no Conjunto Residencial Jacinta Andrade, na zona Norte de Teresina (Fotos: Moura Alves/ Jornal O Dia)

“A gente está aqui para apoiar. Eu, como representa do bairro Jacinta Andrade, estou aqui para dar suporte a elas”, afirma a presidente da Associação dos Moradores do Conjunto Residencial Jacinta Andrade, Natália Feitosa. “Notamos que são pessoas que necessitam de uma moradia, pessoas que moram de aluguel e inclusive pessoas que ocuparam casas no Jacinta irregularmente – que estão deixando essas casas e estão indo para o terreno”, explica. 
Natália diz que as pessoas estão cientes de que o terreno não lhes pertence, mas que por ele estar inutilizado, elas o ocuparam, e que o objetivo delas é estar no terreno legalmente. “A gente espera que o Prefeito olhe para essas famí- lias, pois são pessoas muito necessitadas. É uma área de município? É. É uma área que foi invadida irregularmente? Foi. Mas por que isso ocorreu? Porque aqui só tinha mato, estava servindo como depósito de objetos furtados – o pessoal que invadiu encontrou até documento de moto jogado no chão. A gente vai sustentar essa ideia de construir moradia porque o povo precisa”, explica a presidente da Associação de Moradores. 
Ela comenta que uma comissão de 12 pessoas – Comissão Assentamento Coqueiro - foi formada para entrar em contato com as famílias que estão no local. “A gente foi para uma reunião com a coordenadora de Habitação do município e ela nos disse que a Prefeitura está entrando com uma ação de reintegração de posse, que está prometendo cadastrar o pessoal e vão lotear o terreno”, fala Natália Feitosa, que também faz parte da Comissão. 

Pedro Vitor Costa, membro da Comissão Coqueiros, explica que ele foi encarregada pela Prefeitura para repassar as informações a respeito do terreno e das pessoas que estão nele. “Quem está fazendo cadastro é a Prefeitura. A gente está fazendo um levantamento da quantidade de pessoas que estão aqui, que já ocuparam os lotes. Isso é apenas uma forma de organizar. Iremos a cada um dos lotes para fazermos uma espécie de cadastro e enviar para a Prefeitura, para sabermos quantas pessoas estão aqui e quem são elas. Vamos pegar o nome, telefone para contato, RG para que Prefeitura ter uma base de quantas pessoas realmente precisam de uma moradia”, explica. 
Pedro conta que algumas das famílias não têm comida para se alimentar e outras estão sem moradia. “A gente vê que há muitas pessoas necessitadas. Vimos uma senhora recentemente, ela estava com seu filho de 7 anos de idade, e o menino estava quebrando coco para vender. Ela me disse que mora em uma casa de palha na beira do rio e quando soube da ocupação veio imediatamente para o assentamento, porque está lutando por uma casa”, relatou o membro da Comissão Coqueiros. 
Pedro também mora no Conjunto Residencial Jacinta Andrade e fala que ele e sua mãe Márcia, vivem uma casa invadida. O rapaz fala que se comoveu bastante com a situação das pessoas e resolveu lutar pela causa. “Nós estamos aqui para representar o povo e vamos lutar até o fim. Todos nós estamos na mesma situa- ção em que as pessoas do assentamento estão”.
Edição: Biá Boakari
Por: Ioná Nunes - Jornal O DIA
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