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Delegada diz que garoto pode ter ingerido droga na porta de escola

Garoto de 11 anos dorme há dois dias, após ter recebido o 'bombom' de um homem na porta da escola em que estuda, na zona Leste de Teresina.

20/04/2017 17:16

Em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje (20), a delegada titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Luana Alves, afirmou que a criança que está há dois dias em estado de sonolência extrema, pode ter ingerido uma droga em formato de bombom. Segundo a delegada, a criança disse ter recebido o bombom de um homem desconhecido na porta da escola em que estuda, na zona Leste de Teresina.

Segundo a delegada, a confirmação só poderá ser possível após os resultados do exame toxicológico. "Para afirmar se foi ou não envenenamento, preciso ter antes a prova técnica, que é o laudo toxicológico. Nesse momento, é importante que os pais e professores alertem as crianças sobre os perigos de receber qualquer alimento ou produto oferecido por estranhos, e sejam vigilantes", ressalta.

Delegada diz que a confirmação só poderá ser possível após os resultados do exame toxicológico (Foto: Jailson Soares)

Questionada sobre a possibilidade da distribuição do bombom fazer parte de uma etapa do jogo "Baleia azul", a delegada explica que ainda não há confirmação sobre a relação entre o caso e o jogo que está assustando pais e professores em todo o país. De acordo com ela, as investigações estão sendo direcionadas para identificar o suspeito e esclarecer o caso. "Se é ou não uma etapa do jogo, nós não sabemos. O que nós queremos é identificar esse suspeito", explica.

A delegada Luana Alves descartou ainda a existência de outros casos envolvendo oferecimento de alimentos supostamente envenenados para crianças em Teresina. "Desde que eu assumi a delegacia, há um mês, esse é o primeiro caso de que temos notícia de ingestão de alimento supostamente envenenado por uma criança nessas circunstâncias", finaliza.

Entenda o caso

Uma criança está há dois dias em estado de sonolência extrema, após ingerir um bombom de cor vermelha, supostamente envenenado, que teria sido oferecido por um homem. O menino tem 11 anos e foi abordado na última terça-feira (18) quando ia para a escola. Segundo a delegada, o menino diz que não conhecia o homem que lhe ofereceu o bombom.

Segundo o conselheiro tutelar Djan Moreira, a criança começou a sentir os sintomas de fraqueza e sonolência logo após chupar o bombom. “Quando ele chegou à escola, os professores notaram a situação e o levaram para casa. De lá, o acompanharam para o Hospital do Satélite”, relata.

Ele deu entrada na unidade de saúde às 10h e permaneceu dormindo até próximo das 18h. O Conselho Tutelar foi acionado pelo hospital. De acordo com Djan, no mesmo dia foi registrado o Boletim de Ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), e requisitado o exame toxicológico, que foi realizado no IML. O laudo, no entanto, foi inconclusivo para intoxicação.

Nesta quinta-feira (20), a mãe da criança compareceu ao Conselho Tutelar da zona Leste para conversar com os conselheiros, mas um novo episódio tornou o caso ainda mais preocupante. Segundo Djan, o menino caiu no meio da sala e começou a ter convulsões. “Desde a terça-feira, ele acorda e dorme de novo. Hoje tivemos que chamar o Samu e ele foi levado para a UPA do Renascença, onde está internado”, diz o conselheiro.

A mãe teria informado que essa é a segunda vez que o filho apresenta os sintomas, mas agora foi mais grave. Ela foi ouvida ontem na DPCA, que também investiga o caso.

Djan informou que vai acionar o colegiado do Conselho Tutelar para discutir sobre uma provocação ao Ministério Público Federal, devido à polêmica do Jogo Baleia Azul. “Um dos desafios desse jogo é envenenar crianças na entrada das escolas. Não vamos dizer que este é o mesmo caso, mas o MPF poderá acionar a Polícia Federal, que é mais indicada para investigar situações como essas”, disse o conselheiro.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Nathalia Amaral
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