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Em Teresina, 50% dos filhos já presenciaram a mãe sendo agredida

Dados divulgados pela ONU apontam que, dos filhos que já presenciaram violência doméstica, 30% também já foram agredidos.

24/11/2017 16:50

Em Teresina, 22% das mulheres já sofreram violência emocional, 14% violência física e 6% violência sexual, é o que mostra o estudo sobre violência doméstica e familiar contra mulher e seus impactos nas gerações futuras, realizado pela ONU Mulheres em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), nas capitais do Norte e Nordeste do Brasil. No ranking de exposição dos filhos a agressão sofrida pela mãe, a capital piauiense ocupa o 7º lugar, com 50%. Porém, Teresina fica em 2º lugar, com 30%, nos casos de filhos que foram agredidos por presenciarem a mãe sendo agredida.

A violência física sofrida pela mãe, a qual pode ser estendida à criança, configura-se na forma direta de exposição. A forma indireta ocorre quando a criança testemunha as agressões físicas sofridas pela mãe, caracterizando-se numa forma de violência emocional (ou, de acordo com a Lei Maria da Penha, violência psicológica).

Os dados coletados pelo estudo chamam a atenção para o alto índice de violência contra as mulheres na região Nordeste. Apenas nos últimos 12 meses, 11% das mulheres nordestinas foram vítimas de violência psicológica, enquanto 5% sofreram agressões físicas e 2% violência sexual no contexto doméstico e familiar.

Os dados chamam atenção para o predomínio da violência no meio familiar e como acaba se perpetuando por outras gerações. O estudo destaca que quatro a cada 10 mulheres que cresceram em um lar violento sofreram o mesmo tipo de violência na vida adulta, ou seja, há uma repetição de padrão em seu próprio lar.

Ao final da pesquisa, é concluído que nos últimos 12 meses aproximadamente, 1 em cada 10 mulheres (11, 92%) nordestinas sofreu pelo menos um episódio de violência doméstica. E a maioria tem medo de falar sobre o assunto. 

Apesar dos números não serem ‘bons’, o estudo traz o tema novamente para debate, alertando para o alto índice de violência, e a intensificação da busca para que haja uma diminuição desses números. 

Edição: Nathalia Amaral
Por: Geici Mello
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