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Milicianos executando homens que vendiam gás no Rio de Janeiro

Vítimas eram dois pedreiros que faziam um favor para entregar os botijões em uma loja da região. Polícia e MP fazem operação nesta terça para cumprir 11 mandados de prisão na Baixada.

10/10/2017 18:26

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) fazem uma operação para cumprir 11 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão contra um grupo de milicianos que atua na Vila Urussaí, em Saracuruna, na Baixada Fluminense. Até as 8h20, uma pessoa tinha sido presa na ação.

Entre os alvos dos mandados de prisão estão milicianos que participaram de um duplo homicídio cometido em plena luz do dia contra Inácio Fonseca de Fontes e Bruno da Silva Braz. O crime ocorreu depois que pelo menos três criminosos saíram de um Meriva branco no dia 11 de setembro, na Rua Coronel Silva Barros.

Nas imagens das câmeras de segurança, um dos suspeitos sai do carro primeiro, seguido por outros dois que foram apontados pela polícia como participantes do assassinato.

Entregadores foram executados por milicianos. (Foto: Reprodução/G1)

Inácio e Bruno, segundo as investigações, eram dois pedreiros que faziam um favor para entregar os botijões de gás em uma loja da região.

A milícia que atuava no local vendia os botijões por R$ 65. Os três suspeitos que aparecem nas imagens vão em direção ao carro que as duas vítimas usavam para entregar os botijões. Primeiro, um deles é morto dentro do veículo. Em seguida, o outro é morto ao ser alvejado por tiros dentro da loja onde faria a entrega.

Eles são suspeitos de atuar na venda ilegal de gás, explorar uma central clandestina de distribuição de TV a cabo, fazer empréstimos de dinheiro a juros abusivos e de furto de combustível, cujo desvio seria feito diretamente na tubulação de óleo da Petrobras.

Segundo o delegado titular da Divisão de Homicidios, Giniton Lages, a polícia não tem dúvidas de que a guerra entre grupos de milicianos de Duque De Caxias pelo controle da venda de gás na região já deixou mais de 10 vítimas. "É possível que esse número tenda a aumentar na medida que os inquéritos avancem", explicou

O assassinato seria um ataque de retaliação à morte de um miliciano chamado Gustavo Silva Figueiredo, morto no dia 9 de setembro com o enteado em seu carro. Os autores do duplo homicídio no dia 11 usavam camisas com o rosto de Gustavo estampado, em sua homenagem.

"Há na morte do dia 11 de setembro o elemento de vingança. Essa morte do Gustavo com o enteado causou enorme comoção dentro das próprias organizações criminosas e fez com que uma organização contribuísse para atingir a sua rival", detalhou Giniton.

A operação ocorreu em conjunto com a Draco e o Grupo de Atuação e Combate Especializado do Ministério Público, e as investigações não se encerram no homicídio. Apenas um dos 11 mandados de prisão foi cumprido nesta terça-feira. "Queremos atingir as duas organizações e temos imagens que mostram outros crimes que não os homicídios", finalizou.

Fonte: G1
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