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Polícia investiga se menino encontrado em presídio exercia trabalho infantil

Em depoimento, o menor afirmou que já havia dormido no presídio em outra ocasião e que acompanha o pai no seu trabalho na horta e na carvoaria do local.

05/10/2017 19:51

A Polícia Civil, por meio do 14º Distrito Policial do município de Altos, irá investigar se a criança encontrada dentro de uma cela na Colônia Agrícola Major César era usada pela família para exercer trabalho infantil dentro da unidade prisional. A informação foi dada pelo titular do 14º DP, o delegado Jarbas Lima, em coletiva de imprensa na sede da Delegacia Geral de Teresina, no início da noite desta quinta-feira (05).

De acordo com o delegado, o adolescente e os três irmãos frequentavam a penitenciária regularmente. Em depoimento, o menor chegou a afirmar que já havia dormido no presídio em outra ocasião e que frequentava o local para acompanhar o pai no trabalho na horta e na carvoaria da unidade prisional. Por conta disso, a Polícia Civil não descarta a possibilidade de que o menor tenha sido usado para desenvolver trabalho infantil.

Delegado Jarbas Lima investiga se menor exercia trabalho infantil. (Foto: Jailson Soares/O Dia)

Ao ser questionado sobre a comprovação da acusação de estupro de vulnerável, o delegado Jarbas Lima afirma que as investigações ainda estão em curso, mas que a hipótese de abuso sexual está quase descartada. “Por mais que o resultado do exame tenha dado negativo para a conjunção carnal, o abuso pode ter acontecido de outras formas. Mas o menor nos afirmou que não sofreu abuso sexual e sequer foi tocado pelo detento, e nós acreditamos que essa é a informação verdadeira”, explica. 

Para descartar a possibilidade de abuso sexual, o delegado informou que foi solicitada uma nova perícia da cela do detento, para colher material genético no colchão, e a análise das imagens das câmeras de segurança do presídio. Além disso, a Polícia Civil também irá ouvir novamente a família, o detento envolvido no caso e outros 24 presos que estavam confinados na mesma sessão onde estava localizada a cela de José de Ribamar.

Prisão

O pai, Gilmar Francisco Gomes, foi preso preventivamente no início da tarde de hoje, dentro da Delegacia de Altos, no momento em que pedia autorização para alugar uma casa para onde iria se mudar com a família, no município de Alto Longá. No momento da prisão, o lavrador disse estar arrependido de ter deixado o adolescente no presídio.

Gilmar Francisco Gomes foi preso sob a acusação de abandono de incapaz, perigo para a vida ou saúde do filho, e exposição da criança a uma situação vexatória, crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Código Penal. A Polícia Civil também pediu a prisão da mãe do menino, Sebastiana da Silva, mas teve o pedido negado pela juíza de direito da Vara Única de Altos, Andrea Parente Lobão Veras.

Pai foi preso preventivamente. (Foto: Jailson Soares/O Dia)

Além da prisão do pai, a magistrada também decidiu pela prisão preventiva de José Ribamar Pereira Lima. O detento é acusado de expor a vítima a uma situação vexatória, perigo à saúde ou à vida do menor e por privar a criança ou adolescente da sua liberdade, procedendo a prisão sem estar em flagrante ou sem ordem judicial.

O acusado, que foi condenado por estupro de duas crianças em 2008 e 2009, será transferido para o regime fechado a ser cumprido na Penitenciária de Altos. Por questões de segurança, o detento se encontra em uma cela separada dos demais detentos, na Colônia Major César. A informação é de que os outros presos estariam ameaçando a integridade física do suspeito. “Os presos estão revoltados com a situação, por causa da confusão”, finalizou o delegado.

Veja os vídeos das prisões:



Por: Nathalia Amaral
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