Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Maioria dos deputados do Piauí votam pela cassação de Cunha

Cinco confirmaram o voto, dois ainda estão indecisos e três não foram encontrados pelo PortalODIA; veja o argumento dos parlamentares

17/06/2016 14:36

A maior parte da bancada piauiense na Câmara Federal deverá votar pela cassação de Eduardo Cunha (PMDB). De acordo com levantamento feito pelo PortalODIA, cinco deputados já confirmaram que são favoráveis, dois não quiseram revelar o voto e três não foram encontrados.

Vão votar pela cassação de Eduardo Cunha os deputados Mainha (PP), Silas Freire (PR), Rodrigo Martins (PSB), Assis Carvalho (PT) e Átila Lira (PSB). A deputada Iracema Portela (PP) e o deputado Júlio César (PSD) ainda não decidiram ou não quiseram revelar seus votos. Os deputados Marcelo Castro (PMDB), Heráclito Fortes (DEM) e Paes Landim (PTB) não foram encontrados.

Marcelo Castro, entretanto, teve atritos com Eduardo Cunha, o que pode repercutir no seu voto pela cassação. O piauiense era relator da Comissão Especial de Reforma Política, mas teve seu parecer renegado pelo então presidente da Câmara. Castro foi destituído da Comissão e outro parecer foi elaborado. No processo de impeachment, os dois peemedebistas ficaram em lados opostos.

Argumentos

Rodrigo Martins defendeu a decisão dos deputados que votaram a favor do parecer do relator, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. “O plenário precisa seguir essa tendência e se manifestar pela cassação dele", disse o socialista.

Para Silas Freire, é imprescindível a cassação, devido aos muitos indícios de envolvimento de Eduardo Cunha com a Lava Jato. “Não tem como pensar duas ou três vezes. O nome do nosso presidente está envolvido em todas as delações. Não há risco desses indícios não se tornarem fatos. Além dele ter comprovadamente mentido na Comissão de Ética, dizendo que não tinha conta no exterior. Já era tempo dele estar fora daquela casa”, opinou.

Segundo Mainha, a cassação de Cunha pode trazer a calmaria para a Câmara. “Existem indícios fortíssimos de atos ilícitos praticados pelo presidente”, completa o deputado.

Iracema Portela ainda aguarda uma reunião do seu partido, que está marcada para acontecer na próxima segunda-feira (20). O PP deverá liberar os deputados para votarem como quiserem. “Eu vou deixar para me pronunciar quando estiver mais perto”, disse a deputada.

Já o deputado Júlio César afirmou que não vai informar seu voto, pois está agindo como um juiz, analisando todos os atos. “Eu não vou votar de uma forma só porque os outros vão. No impeachment de Dilma, todos achavam que eu seria contra e eu fui a favor”, lembra.

Rito

O processo contra o presidente afastado da Câmara foi aprovado no conselho de ética. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara abriu um prazo de cinco dias úteis para que Eduardo Cunha recorra da decisão.Cabe ao presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), incluir na pauta de votações da comissão o recurso de Eduardo Cunha, que enquanto não for votado, o processo fica suspenso. Não há prazo para que o recurso seja votado.

Após esta votação, a decisão da CCJ é publicada no dia seguinte no Boletim Administrativo da Câmara. Depois de duas sessões da Casa, o processo contra Cunha é incluído na pauta de votação do plenário. O tema tem preferência, mas não “tranca a pauta” em momento nenhum. Isto é, não impede que outros projetos sejam votados antes. O momento da votação depende, em tese, do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).

Para ser Eduardo Cunha ser cassado, são necessários votos de maioria simples dos deputados, ou seja 257. A votação é aberta. Segundo levantamento divulgado pelo UOL, já são 273 votos favoráveis à cassação do deputado.

Por: Nayara Felizardo
Mais sobre: