Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

"Se o Themistocles for melhor do que a Margarete, o PP vai ceder"

Em entrevista, o senador falou sobre a filiação de deputados com mandatos como estratégia para aumentar a bancada da sigla na Alepi e no Congresso

27/11/2017 07:00

Em alguns eventos que o senhor esteve presente, chegou a ser alvo de vaias de alguns membros do PT. Na sua avaliação, porque isso acontece, tendo em vista que o senhor não só é aliado do Governo, mas vem reiterando que irá manter o apoio?

Olha, o PP e o PT não tem identificação ideológica. O PP é um partido de esquerda, e o PP é um partido de centrodireita, não existe essa aproximação de militância entre os dois partidos. Nós temos a convivência em alguns projetos políticos, como é o caso Governador Wellington Dias, e tivemos lá atrás com o projeto do presidente Lula. Depois houve aquela incisão em que os Progressistas foi muito importante na retirada da presidente Dilma. O diretório dos Progressistas no Piauí foi contra, mas acompanhamos a maioria, o que criou uma situação de desgaste dessa relação. Depois disso, tivemos as eleições municipais, onde houve o enfrentamento muito grande. Os Progressistas saíram de sete prefeitos para 40 prefeitos e nós tivemos algumas disputas muitos acirradas, emblemáticas, como é o caso de Picos, que criou animosidade do partido, tanto para militância contra o Wellington e o que ficou mais evidente foi a da militância do PT, que talvez seja mais barulhenta, contra minha pessoa, mas isso não afeta. A vida do homem público é feita de aplausos e vaias, de incentivos e às vezes de críticas. Então, nós temos que utilizar isso como uma força para trabalhar cada vez mais para o estado. Isso não afeta nada minha relação com o governador.

A vice-governadora Margarete Coelho tem dito que a vaga de vice tem sido alvo de muitas disputas após ela ter ocupado o cargo. Isso a credenciaria para buscar manter a vaga de vice na chapa. Quais os planos do PP para ela?

Os Progressistas tem uma visão que é muito correta. Vou dar um exemplo claro. Na eleição de prefeito da capital nós apoiamos o prefeito Firmino Filho e os Progressistas ia ter um candidato para vaga de vice. Naquela época nós achamos prudente e correto para uma vitória, até porque nós não entramos na eleição para perder, nós cedermos a vaga para o PMDB, para atrair o PMDB para eleição do prefeito Firmino Filho. O tempo e a própria eleição prova que nós estávamos corretos, o PMDB foi importante na eleição do prefeito e nós cedemos a vaga. A mesma coisa digo agora, na reeleição do governador Wellington Dias. Nós temos o direito de indicar a vice porque temos a candidata, do mesmo jeito que o Wellington é candidato à reeleição, a Margarete também é candidata à reeleição. No próximo ano, que é o tempo correto, nós vamos definir o que é melhor para coligação, para a vitória do governador Wellington Dias. O importante nessa avaliação é a opinião dos partidos coligados, porque o Wellington não é candidato do PT só, é candidato da coligação; a opinião dos prefeitos e das lideranças que o apoiam, para ver o que a maioria quer; e, principalmente, a opinião do eleitor, quem que o eleitor quer que seja o candidato. Isso será medido através de pesquisas, tanto qualitativas e quantitativas. Eu acho que os nomes que estão colocados, o nome da Margarete, que é uma mulher, primeira vez uma mulher assume a vaga e tem a sua importância pela história de vida e principalmente pela lealdade que ela tem pelo Governador, porque pode ter tido na história do Piauí um vice-governador tão leal como a Margarete, mas mais que ela não; e tem também o nome do presidente Themístocles, que é presiden te de um grande partido, uma liderança expressiva, homem que tem uma história, foi vereador de Teresina, deputado estadual por várias vezes e é um nome a ser avaliado. Isso é mais que salutar, mas no tempo correto. Se o Themístocles for melhor do que a Margarete para eleição do Wellington, para viabilizar a eleição, o PP vai ceder, se isso foi fundamental para a vitória. Agora, se a Margarete for melhor, aí o PP jamais irá ceder essa vaga, porque é o correto. Ninguém em sã consciência vai definir em outro critério.

Já há uma briga grande entre os partidos pela indicação de vice. O PMDB, o PP, o PSD, por exemplo, já tem manifestado esse desejo do espaço na chapa. Como o senhor avalia essa disputa?

Primeiro, eu acho que é direito de todo mundo pleitear a sua vaga, de compor a chapa, até porque nós só definimos, em acordo que os Progressistas e o PT fizeram, que os candidato certos seriam Wellington, se tivesse o direito de reeleição, e ele tem, e o senador Ciro Nogueira, que também está terminando seu mandato. Por que nós estivemos juntos em 2014 e essa foi a definição. O restante da chapa nós só iremos definir de acordo com os interesses da vitória desse projeto e dos coligados.

Inegavelmente, o governador não vai conseguir espaço para todos os partidos. Diante desse cenário, como o senhor acha que ficará a base governista?

Isso é natural, não tem lugar para todos os partidos em uma chapa. Agora, cabe ao governador, aos coligados, definir quem são os melhores candidatos na composição e, para o futuro, o governo prestigiar essas pessoas que foram tão importantes na campanha e que possam fazer parte desse projeto para que ele venha dar certo.

Senador, o governador reclama que a Caixa ainda não liberou recursos de empréstimos já autorizados. A Caixa é comandada pelo seu partido e o senhor acompanhou o processo. Porque os recursos ainda não foram liberados?

Não. Os recursos já foram liberados e quando prestar contas vai receber mais a outra parte. O que não foi liberado foi um novo empréstimo, que nós estamos tratando e, se Deus quiser, em pouco tempo nós vamos conseguir. O primeiro é de R$ 600 milhões, que foi liberado os primeiros R$ 300 [milhões] e depois da prestação de contas vai receber mais R$ 300 [milhões]. Está dependendo das obras, delas serem terminadas. O que o Governo está tentando é um novo empréstimo de mais R$ 300 milhões que nós estamos tentando viabilizar. Está em trâmite.

O senhor tem se manifestado contra a candidatura do prefeito Firmino Filho para as eleições de 2018, por quê?

Eu não sou contra, sou favorável. Nós estivemos no palanque do Firmino e acho que ninguém foi mais importante na gestão do Firmino do que os Progressistas, 90% do que ele realizou de investimento do Governo Federal foi por conta dos Progressistas no mandato passado. Ele é nosso principal aliado agora aqui na Capital, com a presença do Silvio, da Lucy [...] o que eu gostaria é que ele terminasse o mandato, que ele fizesse uma grande gestão. O meu maior sonho é que o Firmino venha para os Progressistas, para que ele seja candidato e nós temos a projeção de que os Progressistas irá lançar candidatura em 2022 e um dos nomes que eu penso é o dele, da Margarete, da Iracema, do Silvio. São nomes que a gente vai avaliar. Agora, nós temos uma aliança com Governador, não tenho como trabalhar para o Firmino ser candidato. Não tem sentido. O que eu puder para fazer com que o Firmino esteja na nossa aliança, para fazer parte do nosso projeto, eu vou fazer. Não sei se vai ser possível, mas eu vou fazer. Cabe aos Progressistas trabalhar por essa união. As conversações para filiação do prefeito são constantes e eu acho que o gesto da Lucy, do Silvio e do Washington já foi uma aproximação desse nosso sonho, que é ter o prefeito Firmino Filho nos Progressistas.

Senador, numa possível disputa entre Firmino e Wellington, em que ambos são seus aliados, quem o senhor apoiaria?

Os Progressistas, na sua história, costuma cumprir os acordos. Nós temos uma aliança firmada com o governador desde 2014, estamos participando do seu governo e nós temos o compromisso de participar do seu projeto. Espero do prefeito Firmino Filho é que ele venha para o nosso partido e seja um nome de muito futuro para a eleição de 2022.

O PP hoje tem o maior numero de prefeitos no interior, mas a bancada na Alepi tem apenas dois titulares. O partido planeja aumentar esse espaço?

Como tem se organizado? Não tenha dúvida. O PP não tem um espaço maior até porque tem alguns deputados que vão se filiar ao partido, quando for aberto o prazo, que vai ser só em abril do próximo ano. O que aconteceu é que nós tínhamos sete prefeitos, aí chegou a eleição e fomos para 40. Hoje temos 45 e vamos ficar com quase 50 prefeitos. No próximo dia 4, entre cinco e 10 prefeitos vão integrar o nosso partido. O segundo colocado, se não me engano, é o PT com mais de 30 prefeitos. Então, os Progressistas é o maior partido do Estado e vai continuar sendo, se der certo tudo que nós planejamos. A expectativa é crescer tanto a bancada estadual, como a federal.

Por: Ithyara Borges e João Magalhães - Jornal O Dia
Mais sobre: