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Tasso Jereissati diz que divergência dentro do PSDB vai persistir

"Não vai ter calmaria", afirmou. "Vai ter muito barulho daqui para frente para gente sair renovado e em dia com a sociedade."

12/08/2017 11:35

Depois de um vídeo em tom de autocrítica ter provocado um novo "racha" entre os tucanos, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse à Folha que o clima de divergência no partido vai continuar.

"Não vai ter calmaria", afirmou. "Vai ter muito barulho daqui para frente para gente sair renovado e em dia com a sociedade."

Na última terça-feira (8), o PSDB divulgou um vídeo admitindo que cometeu "erros", sem especificar quais foram os problemas. A peça de 30 segundos é uma chamada para um programa de 10 minutos que vai ao ar na próxima quinta-feira (17).

O tom adotado na mensagem, sob orientação de Tasso, gerou desconforto entre os tucanos e converteu-se no centro da reunião da executiva do partido na quarta (9).

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Deputados que votaram contra o prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer se sentiram diretamente atingidos pela mensagem.

Já aliados do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado da sigla, entenderam a admissão de culpa como uma provocação ao tucano, que é alvo de denúncia por corrupção e obstrução de Justiça enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Aécio ficou afastado das atividades parlamentares por mais de 40 dias depois de ter sido flagrado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.

Tasso, contudo, afirma que o vídeo não tem como objetivo apontar erros específicos de nenhum parlamentar, mas fazer uma reflexão sobre os rumos tomados pelo PSDB nos últimos 30 anos.

"É preciso que o partido se renove mediante muita discussão e muita divergência. É isso que faz o partido manter os princípios", disse.

"As discussões internas faz em parte da nossa história porque nós não temos dono. Somos um partido democrata, aberto, que não tem dono, não tem o patrono que dá uma palavra definitiva e todo mundo segue", acrescentou.

O tucano lembra que a sigla surgiu no período pós-ditadura militar com o intuito de fazer oposição ao fisiologismo, mas acabou se aproximando desse modelo de fazer política.

O senador fala ainda que o PSDB precisa reviver processo semelhante ao que passou no governo Fernando Collor, no início dos anos 1990. Recém criada, a sigla passou por intenso debate sobre se deveria ou não apoiá-lo e acabou decidindo manter-se neutra.

Tasso nega que a imagem de divisão interna seja prejudicial ao PSDB e lembra que outras siglas –como PT e PMDB– também apresentam grandes divisões.

"Isso [o debate] já está trazendo muita gente que estava fora do partido, como gente da academia e estudantes para dentro do partido novamente. Gente querendo participar dessa discussão", disse.

Fonte: Folha de São Paulo
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