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Condutores questionam qualidade do asfalto de Teresina

Quem trafega pela cidade reclama dos buracos e desníveis da pavimentação, inclusive em vias recém-inauguradas.

21/08/2018 07:58

Além de um transporte público de qualidade, a locomoção na cidade demanda boas condições estruturais. Neste sentido, a qualidade asfáltica é importante não só por uma questão de conforto das pessoas que trafegam pelas vias da cidade, como também para os próprios veículos. Em vários pontos da cidade, inclusive em ruas e avenidas recém-inaugurados, como é o caso da Avenida Padre Humberto Pietromonte, já é possível ver ondulações e pequenos buracos em sua extensão.

O técnico em eletrônica Edilson Viana conta que já caiu de moto e viu outros motociclistas caírem em razão dos buracos nas ruas. “Eu ando de motocicleta, e o que vejo é um asfalto de péssima qualidade, que, em pouco tempo, se deteriora. Como se já não bastasse isso, ainda tem a empresa Águas de Teresina, que nunca deixa o local que faz um reparo de vazamentos de água como estava, ou fica um buraco, ou um ‘mondrongo’. A minha moto é muito prejudicada com essa situação, na maior parte do tempo na oficina. No período de chuvas, a situação piora, pois não dá pra ver os buracos no asfalto”, assinala.

José Mendes, que é conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) e presidente da Academia Piauiense de Engenharia (Apieng), afirma que falta manutenção nas vias da cidade, o que faz com que pequenos problemas acabem se transformando em grandes buracos e fissuras, já que uma ação rápida impediria maiores transtornos. “Os buracos vão aumentando conforme vai chovendo e devido à própria solicitação do tráfego. Quando começa a aparecer essas fissuras, se fosse logo feito um recapeamento naquele local, a vida útil seria muito maior”, destaca.

Problema estrutural

Mas defeitos construtivos de pavimentação asfáltica não são necessariamente ocasionados pela má qualidade do revestimento. Segundo Mendes, na maior parte das vezes, a questão é estrutural. Antes do revestimento, são feitas uma base e uma sub-base. Se elas não forem executadas de acordo com as normas técnicas, mesmo com um produto de boa qualidade, aparecerão depressões, fissuras e buracos. 

“Em asfaltos novos, os buracos geralmente são ocasionados por problema estrutural, de base mal executada. Quando vence a vida útil do revestimento asfáltico, ele fica se degenerando”, explica.

Vida útil 

A vida útil do asfalto depende do tráfego e do dimensionamento que é dado. Quanto maior o fluxo, menor a vida útil. Nas vias com tráfego leve, o asfalto pode durar entre 15 e 20 anos. A escolha da espessura da base e da sub-base também depende do fluxo de veículos na via.

A idade do pavimento também influencia nos defeitos que aparecem. A temperatura ambiente é outro aspecto que pode ocasionar o aparecimento de problemas estruturais. “Em uma cidade com temperaturas elevadas como Teresina, o pavimento pode começar a se desintegrar devido à temperatura e começar a aparecer fissuras”, assinala, acrescentando que é importante que os teresinenses comuniquem ao poder público os problemas no asfaltamento da cidade.

Edição: Virgiane Passos
Por: Ananda Oliveira
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