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Contra privatização, servidores da Chesf e Eletrobras paralisam atividades

O ato foi realizado nacionalmente, em que as 13 empresas responsáveis por distribuição e geração de energia elétrica no país estão paralisadas

03/10/2017 14:42

Os servidores da Companhia Elétrica do São Francisco (Chesf) e da Eletrobras Distribuição Piauí paralisaram suas atividades hoje (03) em protesto a privatização de ambas as empresas presentes no Piauí e das outras 11 distribuidoras e geradoras de energia elétrica do grupo Eletrobras em território brasileiro.

A privatização foi anunciada pelo Governo Federal em 16 de agosto. Segundo Herbert Marinho, diretor do Sindicato dos Urbanitários e servidor da Chesf, a intenção da manifestação é alertar a sociedade acerca da ameaça de passar o controle das estatais para o setor privado. “O Governo pretende arrecadar para cobrir rombo fiscal. Vender empresas que estão valorizadas em torno de R$ 400 bilhões, por R$ 20 bi. Não faz sentido vender patrimônio do Brasil, vender no pior momento para cobrir rombo fiscal. Isso que estamos tentando alertar”, ressalta. 


Outra preocupação do sindicato é a perda de empregos dos servidores e técnicos caso as empresas sejam passadas para a iniciativa privada. Segundo o sindicato, no último concurso realizado para a Chesf, foram admitidos mil novos funcionários. 

O Sindicato também alerta que a venda das estatais aumentará o preço das tarifas de energia em até seis vezes. Além disso, a medida também acarretará em passar o controle das barragens para a iniciativa privada. “As barragens, além da função de gerar energia elétrica, tem função de abastecimento de água para as pessoas. Influencia e impacta os agricultores que precisam da vazão da barragem”, explica Herbert Marinho.

Já para Carlos Alberto de Miranda, técnico da Eletrobras e diretor de comunicação do Sindicato dos Urbanitários, a medida não é benéfica para a população, pois há contraste entre o aumento da tarifa das empresas privatizadas e das estatais. “De 1998 para cá, a tarifa das empresas do sistema elétrica que foram privatizadas já subiu 400% além da inflação, enquanto empresas públicas foram menos 8%. É um crime contra a população”, frisa. 


Apesar da paralisação, os serviços básicos da empresa continuaram a funcionar. Até o dia 25 de outubro, o Sindicato dos Urbanitários pretende realizar mais três manifestações e duas audiências públicas na Câmara Municipal de Teresina, ainda sem data definida. 

O ato foi realizado nacionalmente, em que as 13 empresas responsáveis por distribuição e geração de energia elétrica no país estão paralisadas. No Piauí, os protestos aconteceram na sede da Chesf, localizada na Avenida Henry Wall de Carvalho, zona Sul e na sede da Eletrobras, na Avenida Maranhão, Centro de Teresina.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Letícia Santos
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