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Escola municipal funde turmas e alunos sofrem com superlotação

As turmas do 6° e 8° Anos da Escola Municipal Barjas Negri foram fundidas neste segundo semestre de 2017.

10/08/2017 08:17

A Escola Municipal Barjas Negri, localizada no bairro Colorado, zona Sudeste de Teresina, teve as turmas do 6° e 8° Anos fundidas neste segundo semestre de 2017. O que antes eram três turmas, agora são duas e os pais, alunos e professores reclamam da superlotação nas salas, que está prejudicando o aprendizado dos alunos e a própria metodologia de ensino dos educadores. 
Adriane Garcez é mãe de Iosaf Silva, de 11 anos, que está no 6º Ano. Ela conta que o ilho chega em casa reclamando da atual situação da escola. A sala, que antes continha cerca de 30 alunos, hoje conta com 41 e o ilho não consegue se concentrar nas aulas. “Tem mais alunos do que a sala suporta. As turmas ficaram todas tumultuadas. Se com 30 alunos um professor não consegue dar aula da forma totalmente eficiente, imagina com 41”, reclama a mãe. 

 “Eu não consigo ouvir nada do que a professora diz”, reclama Iosaf Silva, de 11 anos (Foto: Moura Alves/ O Dia)

Iosaf confessa que não consegue mais se concentrar nas aulas e lamenta a superlotação, que está interferindo no seu aprendizado. “Eu não consigo ouvir nada do que a professora diz. Têm professores que falam baixo e os alunos fazem muito barulho, é muito lotado. Eu já tinha problema em matemática e agora que não vou conseguir aprender mesmo”, desabafa. 
O estudante Jadson Hudson, de 14 anos, está no 8º Ano, que também teve as três turmas fundidas em duas, e diz que se sente muito prejudicado com a redução das salas. “É muita gente e o professor não con segue dar aula. Ele passa mais tempo pedindo silêncio para os alunos do que ensinando, aí a aula ica parada e, quando a gente se dá conta, já acabou o horário”, declara. 
Mais fusões 
Os pais dos alunos relatam ainda que a escola justiica a fusão das turmas por conta da falta de professores suicientes para as três turmas. Essa é a mesma alegação que o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserm) tem recebido através de denúncias. O presidente do Sindicato, Sinésio Soares, revela que já recebeu denúncia de cerca de 20 escolas que estariam com suas turmas sendo fundidas pela Secretaria Municipal de Educação (Semec). 
“Eles fazem a fusão com uma alegação dúbia. A direção da escola diz que é por falta de professor e a Semec diz que não é falta de professor. Além do mais, quando a gente observa essa fusão, ica com um número de alunos muito grande, fora que tem uma série de irregularidades. Para o sindicato, [essa si tuação] é eles querendo economizar professores para não abrir mais concurso público. Além da Barjas Negri, temos denúncias da CMEI Nova Teresina, CMEI Vila Bandeirante e várias outras”, argumenta Sinésio.
Semec garante que turmas não ultrapassam limite 
 Por sua vez, a Semec esclarece que a fusão das turmas não é devido à falta de professores e informa que não contém irregularidade alguma na fusão feita na Escola Munici pal Barjas Negri. O secretário Kleber Montezuma garante que a quantidade de alunos em cada turma não ultrapassa o máximo definido no documento do edital de matrícula da Semec, que é de 40 alunos. 
“Há 30 anos, nós temos esse documento. No período de matrícula, a Secretaria publica um edital que orienta o número mínimo de aluno por sala. É uma norma para todas as 303 escolas e a Escola Barjas Negri está seguindo ela. A fusão é regular sim. Se nós temos três turmas quando a quantidade de alunos total é o equivalente a duas turmas, que é de 80 alunos, não há problema algum em transformar as três em duas. Isso acontece há anos”, argumenta o secretário. 
Kleber informa ainda que turmas com mais de 40 alunos devem ser denunciadas à Semec, pois vai contra a orientação do edital de matrícula. Segundo ele, em casos assim, a escola é obrigada a distribuir os alunos em outras turmas com menos alunos. 
Denúncia 
Para o Sindserm, a Semec tomou essa decisão sem qualquer discussão com a comunidade escolar; por esse motivo, eles estão indo ao Ministério Público do Estado do Piauí para fazer a denúncia. O presidente do Sindicato afirma que os professores das escolas estão se unindo em toda a situação e farão uma análise de toda a denúncia para tomar providências. 
“São vários agravantes, não houve discussão e a gente está verificando uma série de irregularidades, lá não funciona o conselho escolar, estão fazendo as fusões arbitrariamente. O que nós queremos é que seja discutido. Não pode ficar mudando criança de turma assim do nada. Do ponto de vista pedagógico, o aluno se prejudica muito, ele passa seis meses acostumado com uma metodologia de ensino e vai para outra turma no segundo semestre que muda professores, alunos e isso traz consequências para o aprendizado”, enfatiza Sinésio.
Edição: Virgiane Passos
Por: Karoll Oliveira
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