Com a liberação do terminal de petróleo e a saída dos
caminhões com combustível, desde a noite de ontem (28), os piauienses
reiniciaram a corrida para tentar encher os tanques, mas encontram preços mais
altos.
O aumento da gasolina é de cerca de 13% em relação ao valor da bomba antes dos protestos dos caminhoneiros. De acordo com o chefe de fiscalização do Procon, Arimateia Arêa Leão, há postos vendendo o litro de gasolina por até R$ 5,00 em Teresina. No início da semana passada e até domingo, o preço estava em cerca de R$ 4,40 em alguns postos.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Questionado sobre os valores, o presidente do Sindicato dos Donos de Postos, Alexandre Cavalcante, diz que a situação é normal para o cenário de desabastecimento dos últimos dias. “A gasolina é misturada com o etanol, num percentual de 27% de etanol e 71% de gasolina. Em virtude do desabastecimento, e para atender a esta situação emergencial, esse percentual foi mudado para 21% de etanol e 70% de gasolina, que é bem mais cara. Isso está interferindo nos preços das distribuidoras”, alegou.
A tendência, segundo o Sindicato, é que com a chegada dos caminhões com etanol, os percentuais da mistura da gasolina voltem a se normalizar e, consequentemente, os valores cobrados também.
10% dos postos reabastecidos
A oferta vai se restabelecendo em ritmo lento, sobretudo em virtude da situação de desabastecimento quase total que o Estado presenciou nos últimos dias. Segundo informou o Sindicato do Donos de Postos de Combustíveis, 5% dos postos do Piauí estão reabastecidos hoje. A previsão é de que, até o final do dia, chegue a 10%.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Tony Freitas, gerente de uma rede de postos na Capital, afirmou que o combustível que está sendo entregue nos postos não é suficiente nem para atender a demanda de hoje. “Os 10 mil litros recebidos pela manhã devem acabar até as 16 horas de hoje, nas minhas unidades no Centro e na zona Leste. Caso não chegue outro carregamento de mais 10 mil litros, o posto deixará de atender aos consumidores”, disse.
O Sindicato dos Donos de Postos informou que está montando uma operação de contingência, com mutirão entre caminhões, distribuidoras e postos de combustíveis para acelerar o reabastecimento. Se tudo transcorrer como está planejado, o sindicato acredita que em uma semana a situação do abastecimento estará normalizada.
Fiscalização
Desde ontem, o Procon intensificou as fiscalizações. "Tem postos que não estão expondo os preços, cobrando valores abusivos. Estamos rodando a cidade e dando um prazo de 24h para que esses empresários se normalizem", disse José Arimatéia.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Quanto à qualidade do combustível vendido, o chefe de fiscalização conta que, até o momento, o Procon só está verificando a porcentagem de álcool presente na gasolina. "O permitido é até 27% e os postos estão cumprindo", conta.
O Procon também alertou sobre o preço do gás de cozinha. De acordo com Arimateia, foi encontrado locais revendendo o botijão por até R$ 100,00. "São práticas abusivas e a população tem que denunciar. Se confirmado, o empresário pode pagar uma multa de até R$ 6 milhões”, alerta.
Edição: Nayara FelizardoPor: Maria Clara Estrêla, Lucas Albano e Ananda Oliveira