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Fátima Bernardes festeja 5 anos do "˜Encontro"™ e nova fase de vida

Neste 25 de junho, faz cinco anos que Fátima Bernardes trocou o jornalismo pelo entretenimento, e as noites pelas manhãs da Globo.

25/06/2017 13:21

Livre, leve e solta, ela dá um baile à frente do seu “Encontro”. Ali naquele palco, só não canta — “A pessoa não tem que saber fazer tudo nessa vida, né?”, justifica —, mas entra na dança, como nenhuma apresentadora de TV faz. E não perde o ritmo: entrevista anônimos e famosos, debate sobre assuntos urgentes e necessários, vai no embalo das brincadeiras com seus convidados. Neste 25 de junho, faz cinco anos que Fátima Bernardes trocou o jornalismo pelo entretenimento, e as noites pelas manhãs da Globo. Mil trezentos e três programas ao vivo depois, alguém ainda duvida de que a mudança tenha sido acertada? O sorrisão estampado no rosto dela é a resposta.

— É tão bom acompanhar o sucesso de um produto que saiu do zero, sem um formato pronto vindo de fora... A emissora apostou na gente, no que a equipe acreditava que seria bom. E deu certo! — comemora ela: — O que eu buscava era um outro tipo de comunicação com o público e o desafio de ver se eu seria capaz disso, depois de 25 anos no jornalismo. Foi ótimo ter descoberto que sim. Poder tratar de assuntos que não são, obrigatoriamente, o noticiário factual, mas sobre os quais a gente deve refletir. Perceber que eu podia ficar mais solta para dar a minha opinião, não me distanciar do que eu falo. Resgatei algo que eu sempre gostei, que é o contato direto com o entrevistado. Trouxe as pessoas da rua para o estúdio, e a plateia é acionada o tempo inteiro. Eu adoro estar com o público!

Ao tomar para si um horário antes ocupado pela extinta “TV Globinho”, Fátima acabou, sem querer, conquistando também um público infantil. São, segundo sua tese, crianças que ficam assistindo ao “Encontro” com a mãe ou o pai enquanto almoçam, antes de irem para a escola. Na plateia, que recebe gente de todos os cantos do Brasil, também não é raro percebê-las com os olhos vidrados na apresentadora.

— Talvez, essa garotada até me conhecesse antes, do “Jornal Nacional”, mas tivesse receio de se aproximar por conta da postura mais séria que eu adotava na TV. Agora, como eu danço e converso com os youtubers, que elas amam, se sentem mais íntimas. É uma delícia! — conta.

A bem da verdade, Fátima cativou telespectadores dos 8 aos 80 quando apostou na música e, principalmente, na dança para animar as manhãs. Bailarina por 17 anos, chegou a ensinar passos para os pequeninos, mas se afastou de sua grande paixão no tempo dedicado ao jornalismo. Foram 21 anos longe, até que em 2013, com horários mais flexíveis, retomou a prazerosa prática.

— Acho que a dança foi o que facilitou minha migração para o entretenimento. Sempre foi algo muito natural para mim, eu nunca tive vergonha de me mexer em público. Tanto que sapateei na vinheta de fim de ano “Invente, tente, faça um 92 diferente”; no “Fantástico”, como repórter, cheguei a dançar gafieira com Jaime Arôxa e com Carlinhos de Jesus; no fim da Copa de 2002, acabei sambando com os jogadores no estúdio. Só que esses momentos se perderam um pouco em meio ao noticiário — relembra ela, acrescentando: — Quando conseguimos firmar um espaço para a música dentro do “Encontro”, eu não ficava parada. E fui me soltando, a ponto de, este ano, colocarmos um quadro em que, ao menos uma vez por mês, eu danço com alguém.

Nessa levada, Fátima já rebolou no funk com Ludmilla e Anitta, sacudiu o saião no carimbó com Marco Pigossi, copiou os trejeitos sensuais de Claudia Leitte na música “Taquitá”...

— O que treinei mesmo foi o tango, que eu nunca tinha experimentado e é, de fato, muito difícil. Para esse dia, tive três ensaios, de uma hora de duração cada, com um professor. Eu me divirto demais, e acho que as pessoas também! Dá uma leveza, né? — acredita ela, que foi acompanhada de perto pela Canal Extra numa manhã de programa, em que se apresentou dançando salsa.

Jogo de cintura, definitivamente, é o que não falta à jornalista, cuja imagem se manteve atrelada à do ex-companheiro de bancada no “JN”, William Bonner, durante os 26 anos em que permaneceram casados. Até que, em 29 de agosto do ano passado, três mensagens no Twitter, e nada mais, anunciaram o fim da duradoura união, deixando surpreso um Brasil inteiro. Dez meses depois, Fátima rompe o silêncio sobre o assunto:

— Eu me lembro que, quando nos casamos, já morávamos junto havia cinco anos. Aí ficaram me pedindo uma foto da cerimônia. Eu disse não. Poxa, são tão poucos os momentos só nossos... Acho que tem coisa que não precisa expor mais. O mesmo aconteceu com a separação. Vivemos juntos o período que achamos necessário, amadurecemos a ideia, comunicamos e ponto. Sem briga, sem nada. Ficou a amizade.

Se a receita do casamento feliz desandou, é tempo de se reinventar também na vida pessoal.

— Quando você está casado, tudo é compartilhado. Sozinho, volta a dar ouvidos só aos seus desejos. Estou gostando de me ouvir, de pensar no que eu quero. Adoro estar comigo, ser como eu sou. Vivo um momento em paz comigo mesma, feliz com a minha companhia e com a dos amigos... É tempo de redescobertas — detalha Fátima, reticente em dizer se está aberta a novos relacionamentos: — Isso a gente só descobre vivenciando. Não fico pensando nisso. Acho que, uma hora, vou me perceber encantada por outro alguém. E aí vai ser ótimo também, mas não é o foco agora.

A imagem da mulher bem resolvida e poderosa da TV pode até afastar alguns pretendentes. Esses, ela afirma, não lhe interessam desde já.

— Não pode, nos dias de hoje, isso ainda ser um problema. Se for impedimento, sinceramente, eles nem merecem se aproximar de mim. Eu me interesso por pessoas que têm afinidade com a minha forma de viver e de pensar, que sejam corretas, que tenham foco. E, principalmente, que sejam respeitosas, não só comigo, mas com a vida, com os outros. Nunca idealizei um par, nunca fui de ficar romantizando. Sou mais prática — revela, entregando: — De vez em quando, rolam uns pedidos de casamento de fãs apaixonados (risos). Mas eles são, no geral, respeitosos.

Elogios chegam aos montes, de homens e mulheres. Fátima adora, mas confessa sentir vergonha quando acontecem em público. Enquanto eles paqueram, elas a tomam como exemplo.

— É uma responsabilidade grande! Penso: “O que será que eu faço que tanto toca aquela pessoa? De que maneira eu posso ser melhor para ela?”. É meio difícil de entender tanta admiração. Mas eu respeito e agradeço. Só acho importante que cada um descubra a sua própria forma de lidar com o mundo e de ser feliz — sublinha.

Por outro lado, críticas não lhe fazem a cabeça. Principalmente, as advindas da internet.

— Não gosto de ficar lendo comentários em redes sociais. Senão, acho que todo mundo é mau. Porque as pessoas só destilam ódio ali. É tanta abobrinha! — opina ela, que, apesar de perfeccionista e autocrítica, consegue se perdoar e rir dos próprios erros: — Ao vivo, todo dia, é impossível não acontecerem gafes. Eu costumo dizer que não corro o risco de queimar o arroz lá de casa. Sabe por quê? Porque não sou eu que cozinho! Quem não faz não corre riscos.

A identificação que as telespectadoras nutrem por Fátima as motiva até a opinar sobre a roupa que a apresentadora deve usar na TV.

— As fãs adoram quando ela usa vestidos não tão curtos — revela a figurinista Rosa Pierantoni, de 55 anos, há quatro no “Encontro”: — Conto com uma equipe que vai às ruas diariamente buscar peças para vesti-la no programa. O que ela escolhe a gente compra. E é bom frisar que Fátima repete roupa, sim.

O cabelo da apresentadora — que já mudou de corte e tonalidade algumas vezes, acompanhando as mudanças do cenário do programa — também virou um xodó da mulherada. A Central de Atendimento ao Telespectador (CAT) bomba de perguntas sobre o visual de Fátima.

— O público fica na expectativa de ela prender o cabelo, curte quando aparece com um penteado diferente. E com ela não tem frescura, ela brinca junto. Se a pauta pede um turbante em cena, Fátima mesma coloca. Perucas também. Para o tango, ela fez o coque. Para o funk, fez a trança. E o cabelo é todo dela, ela tem muito! Vivem perguntando se é megahair... — entrega Melissa Paladino, de 41 anos, caracterizadora do programa.

Fátima lembra uma situação curiosa que experimentou junto a uma de suas admiradoras:

— Uma vez, uma moça veio falar comigo no shopping e enfiou a mão aqui por trás do meu cabelo, na nuca. Ela queria comprovar se havia algum nó, algum aplique. Eu nunca tinha visto uma pessoa cumprimentar a outra assim, nem os mais íntimos, quanto mais um desconhecido! Muito doido isso! De fato, meu cabelo é muito querido. Na época do “JN”, já me dava trabalho, porque as pessoas não queriam que eu mexesse em nenhum fio. Agora, vou dizer que nunca mais quero cortar curtinho. Adoro esse comprimento médio que estou usando.

Se sai com os filhos — os trigêmeos Laura, Vinícius e Beatriz, de 19 anos — ou até se resolve dar uma fugidinha à padaria, Fátima diz que tem que estar “minimamente arrumada”.

— Não dá pra ir de pijama, porque muita gente me para, pedindo foto. Mas é meu direito usar um jeans e uma camiseta, não estou sempre megaproduzida. Aos fins de semana, me liberto da maquiagem — entrega ela, que se assume vaidosa: — Aprendi a me cuidar sozinha, ainda menina. Fazia minha própria maquiagem, o cabelo e as unhas, quando não tinha condições de ir ao salão e pagar pelos serviços. Hoje, se você me pedir para tirar sua cutícula e pintar com esmalte, faço direitinho, viu?

Aos 54 anos, essa carioca nascida no Méier também tem seus truques para driblar as inevitáveis marcas do tempo. Muito além do botox — de que começou a fazer uso, em pequenas doses, aos 42 — ela se diz disciplinada: passa todos os cremes receitados pela dermatologista à noite, evita se expor ao sol em excesso, dorme pelo menos sete horas por noite, não fuma nem bebe e se alimenta de forma equilibrada.

— Fazendo tudo tão certinho, acho que eu mereço ter algum benefício em troca, né? — brinca Fátima, que não descarta plásticas no futuro: — Se um dia eu olhar no espelho e disser “Estou infeliz”, faço. Mas, enquanto achar que minhas rugas são compatíveis com minha idade, vou ficando assim. E, vamos combinar, um bom sorriso é capaz de levantar tudo.

Não é à toa, portanto, que simpatia e gentileza são apontadas como as características mais marcantes de Fátima, por amigos e colegas de trabalho.

— Não é um esforço para mim chegar em qualquer lugar e cumprimentar as pessoas sorrindo. Gosto de gente, me interesso verdadeiramente pelas histórias dos outros. Isso me faz bem, eu aprendo muito. E sou mãe de três filhos incríveis, tenho uma gratidão imensa por estar bem de saúde, fazendo o que eu gosto. Não me faltam motivos para sorrir. Tenho claro pra mim que sou uma mulher de muitas conquistas.

Quem seria capaz de negar?

Fonte: Extra
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