Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Cabo de La Vela

a realidade feita para turista esquecer.

28/09/2015 21:19

Cabo de La Vela é um lugar turístico localizado no norte da Colômbia, em frente ao mar do Caribe e no noroeste da península do departamento de La Guajira. A região é muito procurada por viajantes, mochileiros e aventureiros. Os sites de viagens afirmam que todos devem conhecer o local. Parada obrigatória no país.

O território é habitado pelos índios Wayuus, conhecidos pela produção artesanal de lindas bolsas que facilmente são encontradas pela Colômbia, motivo que faz aumentar a procura desse “ponto turístico”. Então os turistas também buscam o lugar para conhecer os costumes e a cultura desse povo indígena que, ainda hoje preserva suas tradições e sua língua, conhecida como Wayunaiki, apesar de muitos deles se comunicarem em espanhol.

Visitei o lugar recentemente. Juntei os amigos, contratei uma empresa de turismo e segui viagem no meio do deserto. Um grupo de onze pessoas. Apesar de preferir conhecer os lugares sem nenhum guia, ouvi os conselhos dos colombianos que diziam que a região era muito perigosa, que o caminho desértico era confuso e fácil para nos perdermos. E de fato era verdade.

Nós turistas, entramos numa van pequena e com ar-condicionado, percorremos tudo em dois dias e conhecemos paraísos naturais lindíssimos. Invadimos o espaço dos índios, dormimos em redes confeccionadas por eles, fomos servidos por eles, compramos a preços baixos as bolsas coloridas e as pulseirinhas, artesanalmente feitas pelas índias, e voltamos para a nossa cidadezinha de origem, com mais uma viagem riscada da lista.

A guia turística se preocupou em nos mostrar todos os lugares importantes do caminho, lembrou-se de contar algumas curiosidades e outras coisas que, por eu ainda está me adaptando com o espanhol, não entendi direito.

Cumprimos com todo o roteiro programado. Mas, durante o trajeto, olhando atento às paisagens, a gente só esqueceu de olhar pro lado e ver aquelas crianças indígenas. Várias delas correndo com a mão estendida e a fome estampada na cara. Queriam da gente qualquer coisa que poderia caber naquela mãozinha e dentro da barriga. Um borrão quase imperceptível para todos os turistas.

Por: Aldenora Cavalcante
Mais sobre: