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O "œfuracão atômico" de Trump.

Trump teria indagado a vários assessores a respeito da ideia de usar bombas para impedir a formação de furacões

05/09/2019 17:36

A utilização de bombas nucleares para impedir a formação de furacões, definitivamente não é uma boa ideia... Foi o que afirmou a agência do governo dos Estados Unidos da América para os oceanos e a atmosfera, N.O.A.A. – National Oceanic and Atmospheric Administration. A agência americana precisou formalizar essa declaração depois de vários meios de comunicações norte-americanos noticiarem que o presidente Donald Trump haveria ponderado e solicitado que essa opção fosse avaliada em relação ao furacão “Dorian” que se aproximava do Estado da Flórida. Segundo sites de notícias americanos, Trump teria indagado a vários assessores da área de segurança nacional a respeito desta possibilidade. A agência N.O.A.A., foi categórica em afirmar que os resultados seriam "devastadores". Em seguida a disseminação da polêmica notícia, Trump negou ter cogitado este contexto radical de cunho nuclear. Furacões são um problema antigo nas terras do “Tio Sam”, costumando afetar a costa leste dos Estados Unidos da América, frequentemente com resultados devastadores. Nos termos da controvérsia atual envolvendo Trump, teria ele perguntado por que os E.U.A não poderiam simplesmente jogar uma bomba atômica no olho de um furacão para tentar desfazê-lo antes que atingisse a costa americana. Tendo afirmado a agência N.O.A.A., que o uso de armas nucleares contra um furacão poderia não ter qualquer efeito sobre a tempestade. Além disso, poderia causar uma precipitação radioativa que seria rapidamente carregada pelos ventos até o continente. O problema de usar explosivos para desfazer os furacões, disse a agência, é a quantidade de energia necessária. A liberação de energia de um furacão é equivalente à de uma bomba nuclear de 10 megatons explodindo a cada 20 minutos. Para efeito de comparação, uma bomba de 10 megatons é 476 vezes mais poderosa que o artefato "Fat Man", usado pelos E.U.A para atacar a cidade de Nagasaki em agosto de 1945. Preventivamente, avançar contra ondas tropicais fracas ou depressões antes que elas tenham a chance de se transformar em furacões ainda não seria promissor, conforme orientação da N.O.A.A., pois cerca de 80 desses distúrbios meteorológicos se formam por ano na bacia do Atlântico, mas apenas cerca de cinco se tornam furacões em um ano típico. Não há como saber com antecedência quais deles irão se desenvolver. Historicamente, em quase 20 anos, os E.U.A explodiram 31 ogivas em 27 testes nucleares, a intenção era saber se o arsenal atômico dos Estados Unidos poderia ser usado para escavar canais ou minas, ou criar um porto para navios. Entretanto, nunca uma ogiva nuclear foi jogada no “olho” de um furacão, apesar da ideia existir a bastante tempo. À medida que os perigos da radiação se tornaram mais claros, esse pensamento foi abandonado, sem mencionar que os atuais tratados internacionais proibiriam os E.U.A de explodirem uma arma nuclear em um furacão. Diversas outras ideias extravagantes, para se dizer o mínimo, foram lançadas nos últimos anos; incluindo um evento no Facebook pedindo aos donos de armas dos E.U.A para "abaterem" o furacão Irma em 2017 com balas e lança-chamas. O evento atraiu, pasmem, a inscrição de 55 mil pessoas. A temporada de furacões do Atlântico vai de 1º de junho até o final de novembro. O pico da temporada acontece em setembro, quando a temperatura do mar é mais alta. A agência N.O.A.A. alertou que as condições este ano estão mais favoráveis do que o normal para a formação de furacões. Prevê-se entre 10 e 17 tempestades grandes, das quais de 5 a 9 se tornarão furacões, entre eles, de 2 a 4 furacões de grande porte. Quatro tempestades grandes se formaram até agora neste ano de 2019. Elas foram batizadas pelos nomes de Andrea, Barry, Chantal e Dorian, seguindo a ordem alfabética. Aos que se encontram no caminho desses furacões, resta se preparar e respeitar, acima de tudo, os seus poderes de destruição. Dentro desse contexto, evidencia-se a convicção de que as complexidades da natureza são bem maiores e mais caóticas do que imagina a simplória beligerância humana.

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