Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Lições de desapreço

Ao longo de sua errática trajetória, o Brasil foi governado por muitos presidentes que não tinham o menor apreço pelo parlamento.

02/06/2019 08:04

Lula, por exemplo, chegou a afirmar que no Congresso Nacional havia uns 300 “picaretas”. Vamos recuar algumas décadas:

Em 1961, encarapitado num partido sem expressão o PDC (Partido Democrata Cristão), Jânio da Silva Quadros chegou à presidência do Brasil com um discurso moralista. Tinha como símbolo de governo   uma vassoura para “varrer a corrupção e a bandalheira”, Jânio passou pela presidência como um meteoro. Gostava de uísque, de mesóclises, de filmes de caubói e de “bilhetinhos”. Com seu viés moralista, insurgiu-se contra o biquini, as brigas de galos e coisas miúdas. Sem base parlamentar expressiva, incapaz de dialogar com os parlamentares, tentou um golpe, que não vingou: alegando pressão de “forças terríveis”, escreveu mais um bilhete, o último, e renunciou. Esperava ser reconduzido à presidência nos braços do povo. Sua contribuição histórica: precipitou o golpe que vinha sendo gestado desde a posso de Juscelino Kubitschek. Entrou para o anedotário nacional com o autor da frase: “fi-lo porque qui-lo”.

Como não aprendemos nada com os nossos erros, em 1990, elegemos Fernando Collor de Melo, o “caçador de marajás. A bordo do inexpressivo PRN (Partido de Reconstrução Nacional), assumiu o mandado prometendo combater a corrupção, modernizar o país e cuidar dos “descamisados”. Arrogante, imperial, sem base parlamentar, meteu os pés pelas mãos, confiscou a poupança dos brasileiros e, como diriam os adversários, “chafurdou no lamaçal  da corrupção” . Prestes a ser cassado, renunciou ao mandato em dezembro se 92. Entrou para o anedotário nacional com a frase: “duela a quem duela”. Continua na política sob investigação.

Ao deixar o governo em 2010, com índices de aprovação na estratosfera, Lula resolveu escolher, para “guardar-lhe a cadeira”, Dilma Rousseff, uma cidadã com fama de “gerentona” eficiente. Foi, talvez, o mais grave de todos erros do ex-presidente.  Incapaz de construir uma frase com começo, meio e fim, sem o menor traquejo político, a “presidenta” não dialogava nem com a “companheirada”. No segundo mandato, foi defenestrada, acusada de “pedaladas fiscais”. Entrou para o anedotário brasileiro como a “mulher sapiens”.

Finalmente, cansado de mandar “profetas”, Deus, que é brasileiro, resolveu enviar o próprio Messias. Nas asas de um partido nanico (PSL), com a bênção da direita, dos evangélicos e dos ruralistas, Jair Messias Bolsonaro chegou à presidência anunciando uma “nova política”. Como acredita ter sido escolhido por Deus para governar o Brasil, afirma que “os políticos atrapalham”. É cedo para fazer prognósticos, mas tudo faz crer que, depois dele, virá o Apocalipse...

Mais sobre: