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Comportamento de manada: os bois querem nos pisotear

Basta que alguém tenha a coragem de verbalizar ou escrever um comentário intolerante, que os demais se sentirão à vontade para fazer o mesmo.

11/12/2017 16:41

Há algum tempo venho notando que o mundo está pior no que se refere à intolerância, ao conservadorismo e à disseminação de discursos extremistas. A minha dúvida era se as pessoas sempre pensaram assim e não tinham o alcance das redes sociais para manifestarem todo seu ódio, ou se houve alguma mudança comportamental em massa na humanidade.

E foi lendo uma matéria da BBC sobre como o “comportamento de manada” permite a manipulação da opinião pública, que eu cheguei perto de uma conclusão. O conceito refere-se à característica psicológica que leva as pessoas a seguirem uma ideia compartilhada por outras.

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Resumindo, basta que alguém tenha a coragem de verbalizar ou escrever um comentário intolerante, que os demais se sentirão à vontade para fazer o mesmo. Junte a isso o anonimato garantido pelas redes sociais e está elaborado o cenário de horror que temos visto.

Sem capacidade crítica e com uma formação humanitária deficiente, as pessoas se comportam como bois, sem se preocuparem com os danos que as pisadas das suas patas poderão causar a quem não se encaixa no padrão defendido pela manada.

Refleti, então, que os intolerantes sempre existiram com os mesmos pensamentos que manifestam agora. A diferença é que há alguns anos, quando o mundo era melhor, esses seres tinham vergonha de revelar seu preconceito, seu machismo ou de fazer apologia à violência. Sentiam a necessidade de fingir o que não eram ou de, pelo menos, omitir suas “opiniões”.

Os intolerantes de hoje imaginavam que ninguém seria capaz de defendê-los, mas ultimamente descobriram que há quem compartilhe das mesmas ideias. Eis aí um grande problema social, que tem como consequência o fortalecimento de uma sociedade excludente e doentia.

Mas acredito que há esperança. Se o comportamento de manada existe para o mal, devemos ressignificá-lo para o bem. Se eles disseminam ódio, intolerância e violência, vamos espalhar amor, tolerância e respeito. Os bois estão soltos e nós não podemos ficar sentados esperando para sermos pisoteados.

Fonte: Nayara Felizardo
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