O assassino dessa vez não é violento, pelo menos não publicamente. Ele pede em namoro, dá flores, encanta a namorada.
O assassino dessa vez é um rapaz de boa família, jovem, bonito, que frequenta lugares da área nobre de Teresina.
O assassino dessa vez poderia ser o nosso parente machista, o nosso amigo possessivo, ou o nosso namorado ciumento.
A vítima da próxima vez pode ser qualquer uma de nós, porque aquele conselho da mãe, sobre prestar atenção com quem nos relacionamos, não nos distancia desse tipo de gente.
A vítima da próxima vez pode ser qualquer uma de nós, que confunde ciúme exagerado com amor. “Eu só quero cuidar de você”, dizem os assassinos em potencial.
A vítima da próxima vez pode ser qualquer uma de nós, porque o feminicida nem sempre tem “cara de bandido”, e nos mata sem dar chance sequer de perceber que ele não é príncipe.
O assunto de hoje é o mesmo de ontem, será igual amanhã e a todos os dias seguintes, até que o machismo pare de fazer vítimas.
Fonte: Nayara Felizardo