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Ser mulher é uma ousadia que exige atos de resistência

Para os machistas, respeito é algo a que nenhuma mulher tem direito. No fundo, o problema não é o que fazemos, mas qualquer coisa que fizermos.

10/05/2018 12:12

Fui chamada de prostituta. Assim, sem que eu pedisse, sem que eu quisesse. Aconteceu esta semana, em uma postagem feita no Facebook. 

Um homem com o nome Magalhães Ernesto Marinho Lincoln Magalhães (sim, ele repete o sobrenome) se achou no direito de postar que o “Empréstimo do governo do Wellington Dias a Caixa vai servir para pagar as prostitutas do jornalismo piauiense”.

Ele não citou meu nome, certamente nem me conhece, mas a frase agressiva e machista foi direcionada para uma mulher jornalista do Piauí. Justamente o que eu também sou, e por isso me senti diretamente atingida. 

Para os machistas, respeito é algo a que nenhuma mulher tem direito. Não importa se ela está dançando na balada, de roupa curta ou vestida com blazer, trabalhando desde as primeiras horas do dia. No fundo, o problema não é o que fazemos, mas qualquer coisa que fizermos. E as críticas nunca serão respeitosas ou construtivas.

É inaceitável a forma como os homens atacam a nossa honra. Prostituta, vadia, vagabunda… Assim somos chamadas quando querem nos atingir, mesmo que seja relacionado a algo profissional. Até quando a agressão é direcionada para outro homem, é a mulher que eles ofendem. Filho da puta! Vou comer tua mãe!

Homens como o Magalhães Ernesto Marinho Lincoln Magalhães existem aos montes. Alguns estão bem perto de nós e torna a nossa vida bem difícil. Às vezes eles são diretos, outras vezes tentam disfarçar a misoginia, mas todos os machistas, sem exceção, nos agridem de alguma forma.

Ser mulher não é apenas uma questão de gênero. É uma ousadia que exige de nós estratégias de sobrevivência e atos diários de resistência.

Contra o Magalhães Ernesto Marinho Lincoln Magalhães e todos os tipos iguais a ele, sejamos fortes e unidas. É o único caminho viável.


Fonte: Nayara Felizardo
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