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A novela Parnaíba

voos extras não ocorrerão mais

07/10/2015 07:53

Parece que a alta temporada em Parnaíba e redondezas só será acessível por terra ou voos particulares mesmo! A Azul chegou a voltar atrás do que anunciamos neste blog e alocar voos na alta temporada, numerados como voos extras. No entanto, um canal de televisão local exibiu uma reportagem onde a Central de Reservas da Azul Linhas Aéreas, confirma a exclusão da rota e também a ausência de previsão de qualquer retorno.

Quando uma empresa aérea, certificada pela ANAC para voos regulares, a chamada RBAC 121, o primeiro passo para iniciar um voo é solicitar o HOTRAN - Horário de Transporte. O envio deste protocolo é repassado pela ANAC a diversos órgãos como o DECEA, que gerencia o espaço aéreo, a Infraero, no caso de Teresina e Parnaíba é a administradora dos aeroportos, até a Receita Federal entra na história em caso de voos internacionais. Este é o padrão. O HOTRAN é um documento público, acessível no site da ANAC e conforme consulta na data de hoje, 7 de Outubro: Não existem pedidos envolvendo SBPB, que é o código alocado pela ICAO para o Aeroporto de Parnaíba.

A única citação de Parnaíba no HOTRAN, é o "a vigorar", ou seja a aprovação, da exclusão dos HOTRANs referentes a Parnaíba a partir de 5 de Novembro.

Razões

É impossível negar a crise econômica pela qual passa o país, basta olhar 2 coisas para ter a exata noção: O preço do combustível nos postos e a crescente do pão massa grossa (francês/cacetinho) nas padarias para ter a percepção de que a economia não anda bem, isso somado ao desemprego crescente nas capitais. Aviação é um grande termômetro econômico de qualquer país, essa é a principal razão do fim dos voos em Parnaíba.

A variação cambial, fez praticamente os custos das empresas aéreas dobrarem em um ano, está "promovendo" uma série de cortes nas empresas aéreas, especialmente a Azul. Mas o que o dólar tem a ver com uma rota dentro do estado do Piauí? Simples, quando um ATR72-600, avião de origem francesa, equipado com motores canadenses, alcança o período de uma grande revisão a cada 2 anos, a chamada 2Y prevista pelo fabricante, são retirados diversos componentes, inclusive os motores e enviados para revisão e tudo isso é cobrado em dólar, a moeda oficial da aviação, sem falar que até uma lata de óleo de motor por exemplo é mensurada em dólar, bem como o aluguel de equipamentos de solo, etc... logo o dólar de 2,30 quando o voo começou para o dólar de 4,00 atuais gera quase o dobro do custo operacional e obviamente a empresa irá cortar aquilo que não faz bem ao seu caixa.

O tempo está ruim para todos, seja o ATR72 na Azul ou seja um Boeing da GOL ou um Airbus da TAM, o 
dólar é o mesmo para todos e mesmo a imaginária solução de que mais assentos proporcionam maior lucro, é só relembrar a ocupação pífia de 41%, conforme os números oficiais da Infraero, lembrando que em um cenário típico de um THE - PHB - FOR, o ATR "empata" o jogo entre 65% a 70% de ocupação. Enquanto houver crise econômicadólar alto, lamentavelmente veremos o Piauí estagnado no transporte aéreo, o que é uma tragédia, visto que é muito mais prático ficar 40 minutos dentro de um avião, do que 6 horas em uma estrada, o modal aéreo é eficiente, seguro e rápido, porém altamente sensível as variações cambiais.

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