O desembargador José Francisco do Nascimento decretou na tarde desta sexta-feira a ilegalidade das paralisações dos agentes de trânsito e dos guardas municipais de Teresina, sustentando que os movimentos paredistas poderiam comprometer a segurança pública, deixando a população ainda mais vulnerável à criminalidade. Na decisão, o magistrado pondera que as paralisações são, no mínimo "inadequadas", já que foram marcadas para coincidir com a data do Corso, evento que reúne centenas de milhares de pessoas na Avenida Raul Lopes e em suas imediações. Decerto, seria temerário deixar a cargo apenas da Polícia Militar toda a segurança da região durante o evento, bem como o controle do trânsito e, ainda, a realização do policiamento ostensivo no restante da cidade. Como bem lembrou o desembargador, o próprio STF, em decisão do ano passado, estendeu para todos os servidores da segurança pública a proibição de realizar greves - não ficando mais restrita aos policiais militares. Contudo, mesmo sendo pertinente a preocupação do magistrado, a Justiça também precisa atentar-se para o outro lado da moeda, que é a situação dos servidores públicos. Com condições de trabalho ruins e salários que não correspondem à importância das atividades que desenvolvem, os guardas e agentes de trânsito merecem respeito por parte da Prefeitura. Mas não é isso o que tem ocorrido, de acordo com as duas categorias, que dizem estar sendo ignoradas pela gestão do PSDB. Neste ponto, a Justiça também precisa intervir, para garantir que as demandas dos trabalhadores sejam ao menos analisadas com responsabilidade pelo Palácio da Cidade.