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John Neto leva o grafite de Amarante para o mundo

O menino simples que rabiscava em cadernos, hoje é um artista conhecido em vários países.

04/01/2019 10:20

O artista muralista John Neto, com incursões pelo Japão e Estados Unidos, é João Neto Gomes da Silva, 37 anos, natural de Amarante, que hoje trabalha na equipe do Kobra - e que reúne os maiores talentos do mundo, especializados em murais de grandes dimensões. Residindo em São Paulo, ele lembra de seus primeiros passos na arte que o consagraria. 

"Desde criança que a arte faz parte da minha vida. Com o passar dos anos, isso foi se intensificando com muito mais frequência ao longo da adolescência, até chegar à fase adulta. Foi então que no ano de 1998 conheci um artista (grafiteiro), passando a ter os primeiros contatos com a arte do grafite", lembra o artista que chegou, recentemente, de uma temporada de seis meses nos Estados Unidos. 

Foto: Divulgação

O artista assinala que, nos anos seguintes, a sede de aprender e de dominar a arte pela qual se apaixonara, foi crescendo, o que o levou a Belém (PA) e, em seguida para São Paulo, quando passou a conviver com os maiores grafiteiros do Brasil. 

Com pouco mais de sete anos na capital paulistana, como  artista grafiteiro, ele conquistou seu espaço, se destacando no mercado com trabalhos elogiados por todos - o que lhe renderam outras indicações - resultando em trabalhos nas ruas de São Paulo, considerados verdadeiras obras primas. 

Já festejado em São Paulo, somente em 2012 é que ele mantém o primeiro contato com o artista paulistano Eduardo, hoje mundialmente conhecido como Kobra. Daí em diante, vem participando  de obras importantes ao lado do Kobra e equipe. 

O ofício abraçado 

"Nos dias de hoje, com a experiência adquirida com os anos de trabalhos me tornei um profissional com muitas solicitações de trabalho. Mas nem sempre foi assim; tive que vencer muitas barreiras, inclusive o preconceito de uma minoria que, infelizmente por falta de informação cultural e artística, ainda não valoriza arte, como se isso fosse apenas um passatempo", ressalta o artista. Depois de anos de luta, ele deixa claro que, agora, consegue pagar suas contas com os recursos oriundos de seu trabalho: "Hoje a situação é bem diferente, mesmo com todos os problemos que enfrento, como qualquer brasileiro. Meu trabalho, feito com muita  responsabilidade, tem agradado muita gente. Eu acredito que a tendência é melhorar ainda mais, porque hoje o grafite já é bem mais valorizado, admirado", observa. 

Perguntado sobre a diferença entre grafite e pichação, John Neto é taxativo: "A diferença entre grafite e pichação é bem simples: o grafite é uma manifestação que traz vida e uma nova visão a respeito da arte, enquanto que a pichação nada mais é que vandalismo ou alguma forma de protesto de alguns grupos", argumenta, acrescentando que "no Art. 65. Pichar, ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano: (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) é configurado como crime ao patrimônio publico e privado sujeito a multas e penalidades." 

Simples, como são as pessoas verdadeiramente talentosas, o amarantino John Neto diz estar orgulhoso com a profissão escolhida.  Casado com a paulistana Mariana, pai do pequeno Heitor, hoje ele vive mais tranquilo: "Como grafiteiro consigo sustentar minha família. Além disso, o grafite também me proporciona outras boas experiências, como conhecer novas pessoas e outros artistas tão talentosos quanto eu, em viagens dentro e fora do Brasil, sempre  trabalhando com arte", conclui, entusiasmado - enquanto projeta mais uma obra da sua mente criativa.

Por: Marco Antônio Villarinho
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