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Após recorde, Joanna desabafa: "Fiquei muito mais leve depois das prisões"

Aos 30, Joanna Maranhão quebrou recorde brasileiro dos 400m livre e disse estar mais tranquila após prisão da cúpula da CBDA: "Não tem mais ninguém que atrapalhe os esportes aquáticos"

03/05/2017 11:12

Após recorde nacional, Joanna desabafa:

Dona do melhor resultado da história da natação feminina em Olimpíada, o quinto lugar nos 400m medley em Atenas 2004, Joanna Maranhão sempre foi a mais combativa das nadadoras quando o assunto era a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Pouco mais de um mês após a prisão da cúpula da entidade, incluindo Coaracy Nunes, que presidiu a CBDA por quase 30 anos, a atleta quebrou o recorde brasileiro dos 400m livre, prova que nem é sua especialidade, no primeiro dia de finais do Troféu Maria Lenk, seletiva para o Campeonato Mundial. Ela atribuiu o resultado, mais de três segundos mais rápido que sua melhor marca, a queda de seus desafetos:

- Depois que aconteceram as prisões, eu nunca nadei tão leve, fiquei muito mais leve depois das prisões. Não sei explicar, comecei a fazer treinos absurdos, falei para todo mundo que nunca me senti tão leve. Não tem mais ninguém que atrapalhe os esportes aquáticos, eles não estão aqui, finalmente estou vendo esperanças- disse após o recorde brasileiro.

Joanna Maranhão bate o recorde brasileiro dos 400m livre (Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA)
Joanna Maranhão bate o recorde brasileiro dos 400m livre (Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Joanna nadou os 400m livre em 4m09s41, oito centésimos mais rápido que a antiga marca brasileira, que era de Manuella Lyrio. A pernambucana crê que o momento da natação pode ser um divisor de águas:

- Eu tenho muita esperança que vão vir coisas muito boas para a natação. Todos os anos eu vinha aqui, falam que era cricri, que eu falava demais, agora tudo faz sentido. Eu estava batendo de frente sozinha na CBDA, mas todo mundo pulou fora, porque o barco afundou. Eu quero ver uma natação que tenha muita verba, mas que seja para todo mundo, que a gente crie uma união dentro da seleção - disse.

O Maria Lenk é a última seletiva para o Mundial da Hungria, que será em julho. Mas os atletas ainda não sabem qual será o índice para cada prova, já que o regulamento final do critério classificatório só será divulgado no dia 11 de maio. A princípio, apenas os oito melhores colocados, baseado no ranking da FINA que compara todas as provas, vão ao Mundial, mas isso pode mudar.

Joanna sabe que será difícil conseguir uma vaga para o Mundial, mas ainda nadará os 200m borboleta, 200m e 400m medley neste Maria Lenk. Ela ainda tentará uma vaga na seleção de águas abertas:

- Se a marca que eu fizer em alguma prova for sufiente para o Mundial, está lindo. Mas estou tentando passagem para tentar os 5km nas águas abertas. É um pouco arrogante achar que posso algo em cima da Poliana (Okimoto, medalhista olímpica) e Ana (Marcela, campeã mundial). Mas fiz uma prova (de águas abertas), adorei, fiquei um pouco perdida, mas é um jogo de xadrez. Vou tentar, se não der, tentarei mais outras vezes - disse.

Joanna prefere pensar com calma com relação ao ciclo olímpico. Ela, que esteve nas últimas quatro Olimpíadas, ainda não sabe se estará em Tóquio 2020.

- Não digo não para Tóquio, mas quero ser mãe, quero fazer mestrado, quero morar fora. Vou tomar essa decisão com meu marido - disse, se referindo ao judoca Luciano Correa, campeão mundial de 2007, e presente nas três últimas Olimpíadas.

O Troféu Maria Lenk segue nesta quarta-feira, com os 100m costas (masculino e feminino), 200m medley (masculino e feminino), 1500m (feminino) e 800m (masculino) e 4x200m (masculino e feminino).

Joanna comemora recorde nos 400m livre (Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA)Joanna comemora recorde nos 400m livre (Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Fonte: Globo Esporte
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