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Brasil inicia "missão simpatia" para ser queridinho na Rússia

Seleção enfrenta anfitrião da Copa no Luzhniki e prepara ações para ganhar torcida russa, tal qual a Alemanha em 2014. Mas estádio da final ainda é "ignorado".

23/03/2018 14:45

Uma livre tradução de Luzhniki para o português poderia ser “campo dos sonhos”. As 32 seleções classificadas para a Copa do Mundo têm como meta pisarem o gramado do portentoso estádio de Moscou, palco da final do dia 15 de julho, mas poucas têm o privilégio de conhecê-lo antes.

O Brasil é uma delas, no amistoso desta sexta-feira contra a Rússia. O estádio foi reformado num projeto caríssimo para abrigar o jogo de futebol mais importante do mundo, a decisão da taça, e também a abertura, entre Rússia e Arábia Saudita, no dia 14 de junho.

Com capacidade atual de 81 mil pessoas, ele recebe nesta tarde uma torcida fervorosa pela seleção local, evidentemente, mas o Brasil espera dar um passo definitivo para ganhar o carinho dos russos na Copa do Mundo.

Uma sequência de ações visa conquistar o público. Os jogadores da Seleção dirão palavras de afago no telão do Luzhniki. Em russo, evidentemente. Na entrevista coletiva da última quinta-feira, Tite se arriscou no idioma quando elogiado por uma jornalista local que fala português.

– Qual seu nome? Julia? Spasíba, Júlia – disse o técnico. É a tradução de "obrigado".

Antes de levantar de sua cadeira, Tite ainda falou: "Do svidaniya", uma saudação de despedida de para quem se vai encontrar novamente em breve. Um "até logo". Ouviu-se tímidos aplausos na sala de entrevistas. A CBF considerou uma ovação, vindo do sisudo povo russo, pouco amável no trato, sobretudo com estrangeiros.

Em 2014, a Alemanha teve enorme êxito ao aproximar seus jogadores de uma realidade brasileira: eles visitaram favelas, dançaram com índios, entregaram presentes, e se tornaram queridinhos mesmo depois do 7x1 do Mineirão. A torcida no Maracanã apoiou maciçamente os europeus na final contra a Argentina, ignorando a goleada de dias antes diante da rivalidade sul-americana.

Mascote da CBF brinca com criança na Praça Vermelha, símbolo de Moscou (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Em Sochi, logo na primeira semana de treinamentos, está nos planos do coordenador técnico Edu Gaspar uma atividade aberta ao público. É uma exigência da Fifa, mas novos mimos estão planejados. Pelas ruas de Moscou, palco do amistoso, o Canarinho, mascote da Seleção, andou por pontos turísticos, como a Praça Vermelha, tirou fotos, e, nesta sexta, antes do jogo, participou de uma divulgação ao lado do Zabivaka, mascote oficial da Copa do Mundo.

Por mais que o Luzhniki remeta à final da Copa, entretanto, tem sido tratado com um "desdém necessário" para o momento.

– Quem é que não sonha? Todos da Copa do Mundo sonham estar aqui na final. Temos que fazer o melhor trabalho e ele está no jogo de amanhã – disse Tite, numa frase bem típica.

Seu auxiliar, Cleber Xavier, foi mais fundo:

– Parece que estou num lugar qualquer.

Não é um lugar qualquer. O Brasil quer dizer, depois do apito final desta sexta, um "até logo". Ou "Da Svidanyia", como ensinou Adenor.

Fonte: Globo Esporte
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