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Falta de incentivo impede descoberta de novos talentos do esporte local

Apesar das dificuldades, destaques do esporte no Estado conseguem ganhar espaço em competições

21/08/2016 07:49

Os Jogos Olímpicos de 2016, maior evento esportivo do Mundo, acontece este ano no Brasil. A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida para sediar as competições e foi palco para muitos atletas apresentarem seus desempenhos. Foram 42 modalidades esportivas dividas em 306 provas, espalhadas em 37 arenas, ocupada por atletas de 205 países.

Uma grande festa, mas que rendeu ao Brasil, País sede, apenas 15 medalhas, até a última sexta-feira (19). Uma decepção para os brasileiros que esperam mais dos nossos atletas que jogaram em casa. O quadro de medalhas, apesar de ter ficado na média de Olimpíadas anteriores, deixou a desejar em alguns esportes.

O Judô, por exemplo, do qual eram esperadas seis medalhas, faturou apenas três. Já os esportes em equipe foram os que mais tiveram baixas, como o Handebol feminino, que se esperava pelo ouro, mas o time foi eliminado ainda nas quartas de final. Assim como o Vôlei masculino e feminino, e Futebol.

Esses resultados chamam atenção para os treinos que as equipes estão tendo para grandes competições, como as Olimpíadas, e coloca em questão a preparação desses atletas de alto rendimento, desde a base até se tornarem competidores olímpicos.


O Judô, que atraiu bastante atenção do público e do qual era esperado seis medalhas, faturou apenas três nas Olimpíadas do Rio (Foto: Elias Fontinele/O Dia)

Piauí sofre com falta de políticas públicas de incentivo

O presidente da Confederação Brasileira de Badminton, Francisco Ferraz, destacou que os atletas piauienses são referência e estão chegando a fase adulta com alto rendimento para defender o Brasil. Porém, ele explicou que esse bom desempenho esbarra na questão financeira, que não é suficiente para manter esses profissionais trabalhando e treinando com uma equipe multidisciplinar.

A estrutura disponível para que os atletas treinem é bastante defasada. A começar por ser realizada dentro de um galpão com teto, piso e iluminação inadequados, além dos horários que não são determinados. Contudo, ele enfatizou que, apesar da enorme dificuldade e com o mínimo que é ofertado, o Piauí tem a melhor equipe do Brasil.

Francisco Ferraz acrescentou que o Piauí possui três grandes problemáticas que impedem o bom desenvolvimento dos atletas, em todas as modalidades. A primeira que ele destacou é a falta de políticas públicas esportivas, pois não há incentivos municipais e estaduais que ofereçam ajuda específica para os esportes com bom rendimento.

“O orçamento é mal distribuído para o esporte piauiense. Na verdade, as pessoas só veem o futebol como a grande solução dos problemas para o estado. Só que enquanto investem no futebol, estão deixando de investir em futuros campeões olímpicos”, falou.


A Seleção Brasileira Júnior de Badminton, da categoria Sub-13 até Sub-19, é composta por 90% de atletas piauienses (Foto: Divulgação)

O segundo ponto seria a falta de lei de incentivo ao esporte. Com isso, empresário, pais e familiares precisam se sacrificar para conseguir arcar com custos básicos, como uniformes e viagens para competições. O presidente da Confederação lamentou que os pais dos atletas deixam adquirir algum benefício para suas famílias para investir na carreira esportiva dos atletas.

“Um empresário que tem que pagar funcionário, vários impostos, estoque matéria-prima e ainda tirar dinheiro para aplicar no esporte. O que existe são investimentos temporários, de empresa que ajuda um ano e passa quatro sem ajudar, e aí sim não tem como esse atleta se sustentar. Se o Piauí tivesse leis que incentivasse o empresário abater esses impostos investindo no esporte seria a solução”, frisou.

Outro ponto importante que Francisco Ferraz pontuou é a falta de locais apropriados para se fazer esporte. Ele citou o Ginásio do Verdão, que passou por reformas, mas nunca foi entregue. O local era muito utilizado para prática de modalidades como futsal, vôlei, entre outros, e servia principalmente como escolinha de base para crianças e adolescentes.

“É um local que comporta até duas mil pessoas e se cobrassem um valor bem irrisório durante um campeonato, mas que somando daria um volume considerável, seria possível conseguir manter os clubes que vão jogar ou uma viagem que eles precisem fazer. Isso gera alegria para a população que vai assistir, o incentivo da modalidade, ao atleta que chega a ir para uma atividade esportiva, e ainda estimula a prática de ir a ginásios, porque isso não existe aqui no Piauí. Enquanto isso não acontece, o que nos resta é torcer por atletas e técnicos que resolvem ir atuam em outros estados, porque não há condições de mantê-los aqui sem es

Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia
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