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Análise: Pato não virou o jogador que todos pensaram que seria

Ida do atacante para China, aos 27 anos, mostra como a carreira do atacante é decepcionante

31/01/2017 20:43

Por Allan Brito 

Em 26 de novembro de 2006, Alexandre Pato estreou no futebol profissional pelo Internacional. Era um jogo contra o Palmeiras no antigo Palestra Itália. Ele balançou a rede com um minuto de jogo e participou de mais dois gols na vitória por 4 a 1. No mesmo ano, foi campeão do Mundial de Clubes como um dos destaques. A empolgação foi natural. Mas dez anos depois, a carreira de Pato teve altos e baixos e se consolidou como uma decepção. A ida dele para o futebol chinês, confirmada nesta semana, comprova: ele nunca vai virar o jogador que todos pensaram que seria.

Em 2007, Pato continuou no Inter e fez 10 gols em 24 jogos. Não chegou nem a completar um ano no time colorado. O Milan também se empolgou com ele e pagou 30 milhões de dólares para contratá-lo imediatamente. O brasileiro teve cerca de seis meses para se preparar e só começou a jogar na Itália em janeiro de 2018. Ali começaram os altos e baixos da carreira do atacante.

As quatro primeiras temporadas no Milan foram boas, com 57 gols em 126 jogos. Não chegou a ser uma "sensação", como uma capa da revista Placar previu assim que ele surgiu. Mas mostrou qualidades e passou a ser convocado pela Seleção Brasileira. Quando acabou a Copa do Mundo de 2010, todos achavam que ele e Paulo Henrique Ganso fariam uma ótima dupla para buscar o hexa em 2014. Neymar era visto por muitos como um possível coadjuvante dos dois. O mundo gira, não é mesmo?

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Pato disputou a Olimpíada de 2012 e foi medalha de prata (Foto: Getty Images)

Surgiram as lesões de Pato. Por duas temporadas ele praticamente não jogou. Fez seis gols em 25 jogos no Milan. Então surgiu o Corinthians, que tinha sido campeão do Mundial de Clubes de 2012 e queria um grande reforço para aproveitar o bom momento. Pato foi contratado com uma grande estratégia de marketing e um plano para recuperá-lo fisicamente.

Não deu certo mais uma vez. A contratação dele não foi bem vista pelos outros jogadores, que recebiam um salário menor, apesar de terem sido multicampeões recentemente. E um pênalti perdido com displicência, que definiu a eliminação na Copa do Brasil de 2013, foi a gota d'água que faltava para afundar o barco de Pato. Ele saiu com 17 gols feitos em 62 partidas disputadas.

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Pato nunca voou (Foto: Placar/Divulgação)

Então apareceu a esperança: Pato foi emprestado ao São Paulo e, entre altos e baixos, conseguiu um saldo positivo. Nunca foi o principal jogador do time, mas fez jogadas e gols bonitos. A impressão é que, mesmo que não fosse o mesmo jogador empolgante de outros tempos, poderia ser útil. Mas o empréstimo acabou, e o São Paulo não conseguiu contratá-lo. Ele somou 38 gols feitos em 98 jogos.

Sem ambiente para voltar ao Corinthians, Pato colocou na cabeça que queria voltar para Europa. Conseguiu uma transferência para o Chelsea, mas pagou mico. O clube inglês queria um atacante pronto para substituir alguns atletas que estavam lesionados. Mas Pato não estava pronto e demorou para estrear. Quando teve condições, até fez um gol, mas foi preterido por quem estava recuperado e já tinha espaço garantido no time. Saiu com um gol e dois jogos disputados.

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Pato será treinado por Cannavaro na China (Foto: Reprodução)

No meio de 2016, surgiu mais uma esperança, pois Pato foi negociado com o Villarreal. Ele começou bem, depois caiu de produção e nunca foi titular absoluto. Disputou 24 gols e fez seis gols. Nada impressionante. Muito pouco para quem falava que iria voltar à Seleção Brasileira em 2017.

Então bastou uma proposta da China para que o clube espanhol aceitasse vendê-lo. Pato acertou transferência para o Tianjin Quanjian-CHN. Pode até ter sucesso por lá, é um garoto de 27 anos, que ainda deve ter grandes momentos na carreira. Mas as ambições dele terão que ser outras. 

Antes ele despertava emoções. Agora ele só gera uma certeza: Pato nunca foi e nunca será tudo aquilo que esperávamos dele. 

 

Fonte: Esporte interativo
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