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Fábio Sérvio fala sobre a situação crítica em que se encontra o Piauí

Entenda por que ainda há políticos que defendem o governador mesmo com o Estado em crise.

18/12/2017 14:04

Neste final de semana, o empresário Fábio Sérvio, diretor e presidente do jornal Diário do Povo, esteve em Picos participando de uma palestra ministrada pela advogada teresinense Rubenita Lessa. No sábado (16), antes de o evento ter início, Sérvio concedeu entrevista à imprensa. O Portal O Dia esteve lá e reproduziu parte das afirmativas do pré-candidato a governador:

“A atual política estadual fracassou. A Polícia Militar necessita de um efetivo de pelo menos oito mil homens (esse efetivo, hoje, está abaixo dos 5 mil; é insuficiente). O Corpo de Bombeiros está destruído. Para se ter uma ideia, há menos oficiais no Corpo de Bombeiros, 304, do que assessores de Wellington Dias, no Karnak, que são 344. Então, Wellington Dias desviou a conduta política do Karnak para uma política de apadrinhamento eleitoreira que levou o Estado para uma incapacidade de sobrevivência.

Hoje, financeiramente o Piauí está quebrado. Por que ele está quebrado? Porque são praticamente 66 secretarias. E você pode me questionar: ‘por que 66?’. Eu lhe explico: porque, além das secretarias, ele criou uma outra dezena de coordenadorias, cada uma delas com independência de ordenamento de despesas, entregues a políticos, simplesmente para garantir apoio na eleição. Isso é gastança de dinheiro. Ele inchou o Estado.

Então, é preciso uma ruptura com o processo, para devolver ao Estado do Piauí a sua capacidade de investimento. Um Estado só cresce com investimento. Me diga uma obra que o governador fez nesse Estado, ao longo de todos os três mandatos dele! Nenhuma. Não teve uma obra importante, planejada, de estrutura e que desenhasse o Estado do futuro.

Hoje nós temos um orçamento de 12 bilhões de reais graças a quem? Graças aos empresários que pagam a conta desse governo. O ICMS aumentou duas vezes no ano de 2017. O segundo aumento foi há menos de um mês. A gasolina, que anteontem aumentou nas bombas, em razão de uma política do Governo Federal, no dia 01 de janeiro, quando você for abastecer o seu carro, a sua moto, você vai ver um novo aumento na bomba. E esse novo aumento é em decorrência de uma política de Wellington Dias, que aumentou o ICMS. E a Assembleia Legislativa baixou a cabeça e ficou calada para isso. Por que que ficou calada? Porque a sociedade elegeu 30 deputados, e dos 30, ele convocou 15 para assumir aquelas secretarias (um inchaço da Máquina) e colocou 15 suplentes lá dentro para dizerem “amém” a ele. Isso é quase uma ditadura. Ditadura essa que se reflete também em parte da imprensa, que é incapaz de estabelecer uma crítica ao Governo do Estado.

Então é isso que nós estamos vindo combater. A nossa pré-candidatura é para, num primeiro momento, alertar a sociedade sobre o momento que estamos vivendo, um momento delicado, que está comprometendo, no mínimo, 20 anos futuros do Estado. Essa incapacidade de investimento vai prejudicar, pelo menos, duas gerações: essa geração que está chegando agora no mercado e a futura geração.”

Perguntado sobre os partidos com os quais o Patriota pretende firmar alianças em 2018, Sérvio é categórico: “Com qualquer partido que seja limpo e que não seja de esquerda. E nós temos iniciado conversas, nesse momento muito cauteloso, analisando tudo e indo com muita calma. Isso com qualquer partido que tenha um histórico limpo. Não queremos esse envolvimento com ninguém que tenha o nome sujo ou na Lava-Jato, como existe n situações.”

Por isso tudo, Sérvio acha uma realidade improvável alianças com os partidos que já fizeram alianças com o governador petista. “Todo mundo tem o direito de se arrepender e escolher um novo caminho. Portanto, eu não posso julgar as razões pelas quais eles apoiaram Wellington Dias no passado. Mas se eles deixarem de apoiar e for por razões republicanas e decentes, não tem problema nenhum, desde que não sejam partidos de esquerda; [partidos] que não defendam bandeiras contrárias à do Patriota, mas que sejam formados por pessoas decentes, que não façam esse tipo de conchavo político que nós estamos acostumados a vivenciar todo dia, que é definir uma eleição dentro de um gabinete.”

O presidente do Diário do Povo exemplifica suas colocações: “Para o ouvinte ter uma ideia, já é noticiado hoje na imprensa, que o senador Ciro Nogueira e o governador Wellington Dias já negociam quem vai ser o candidato em 2022. Então é assim? É dessa forma, tratando o povo como curral eleitoral, voltando a uma espécie de ditadura? Eles são funcionários públicos que não prestaram concurso; foram eleitos pelo povo; têm que prestar conta para a população do que fazem, e repetidas vezes eles não prestam conta, e ainda se revoltam quando são cobrados pela população.”

E, analisando o perfil do eleitor, Fábio Sérvio continua: “Mas o que a gente percebe é que houve uma mudança de mentalidade da sociedade brasileira. O Bolsonaro é um reflexo disso. A gente acredita que essa mudança já acontece no interior do estado. Nós andamos nesse momento por quatro cidades: fomos recepcionados em Simplício Mendes, em Oeiras, em São Raimundo Nonato e São João do Piauí. E nós entendemos, a partir do que a gente viu e ouviu, que há uma mudança na mentalidade e que o eleitor piauiense não aceita mais ser tratado como barganha de poder político de ninguém.”

Já em participação na palestra, Sérvio citou também o recadastramento dos servidores públicos, feito pelo governo Wellington Dias. De acordo com o diretor do Diário do Povo, o serviço foi prestado por uma empresa de São Paulo que fez doações à campanha do governador e custou milhões de reais aos cofres públicos.

Ainda na palestra, o pré-candidato a governador finaliza suas colocações considerando o Piauí como último reduto do Partido dos Trabalhadores no Brasil: “Se Wellington Dias perder no Piauí, o PT está derrotado no Brasil”.

Análise:

A classificação do Piauí como último reduto do PT, feita por Fábio Sérvio, pode ser que tenha sentido, levando-se em consideração uma notícia publicada hoje (18), no portal Cidade Verde, pela colunista Cláudia Brandão, a qual, baseada em outro colunista – Josias de Souza, da Folha de São Paulo – noticiou que “a ex-presidente Dilma Rousseff estuda a possibilidade de se candidatar ao senado pelo Piauí”.

O texto completo de Cláudia Brandão está disponível em:

https://cidadeverde.com/claudiabrandao/88415/dilma-quer-chegar-ao-senado-pelo-piaui

Fonte: Anderson Monteiro e Cidade Verde
Edição: Anderson Monteiro
Por: Anderson Monteiro
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