Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Brasil é um dos 51 países mais suscetíveis à desnutrição, diz ONU

Esta é a segunda vez que a ONU realiza uma avaliação global sobre segurança alimentar e nutricional depois da adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

11/09/2018 08:44

O Brasil está entre os 51 países mais suscetíveis à prevalência da desnutrição, segundo dados da nova edição do relatório anual da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a segurança alimentar e nutricional, divulgado nesta terça-feira (11). O país figura ao lado da Etiópia, Indonésia e outros na África Oriental e na Ásia Central.

Isso porque o Brasil conviveu com climas extremos -de secas severas a inundações- por quatro anos entre 2011 e 2016. E, de acordo com o estudo, países que apresentaram choques climáticos por mais de três anos no período têm, em média, mais que o dobro de pessoas subnutridas.

Na lista, 15,5% dos países são da América Latina e do Caribe. A maioria, 76%, é parte da África e Ásia. Os de renda média correspondem a 76,5%, enquanto 3,5% são de baixa renda.

De acordo com a ONU, alterações climáticas estão interferem no quadro da desnutrição. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Em declínio constante por mais de uma década, a fome no mundo voltou a crescer em 2016 e afetou 815 milhões de pessoas. O novo relatório mostra que em 2017 o número aumentou de novo: são 821 milhões de pessoas subnutridas –cerca de uma em cada nove pessoas.   

De acordo com a ONU, a fome é significativamente pior em países com sistemas agrícolas altamente sensíveis a variabilidade de temperatura, chuva e seca, e onde o sustento de grande parte da população depende da agricultura.

E são nesses países também que os dias muito quentes estão se tornando mais quentes e mais frequentes. O calor extremo está associado com aumento da mortalidade e menor capacidade de trabalho, por exemplo.

No Brasil, um dos motivos que explica as altas temperaturas e os mais longos períodos de seca, segundo o relatório, é o fenômeno do El Niño entre 2015 e 2016.

Mas a desaceleração econômica na América Latina também reduziu a capacidade dos governos de lidar com as consequências desses eventos climáticos, e colaborou para o agravamento da desnutrição.

A crise e a pobreza são fatores determinantes para a insegurança alimentar, diz o estudo. Se a produtividade agrícola cai, a produção de alimentos e os padrões de cultivo também diminuem, contribuindo para déficits de disponibilidade ou gerando picos e volatilidade dos preços. 

Assim, principalmente os mais pobres, veem piorar a disponibilidade, a qualidade, a quantidade e a diversidade de alimentos consumidos.

Esta é a segunda vez que a ONU realiza uma avaliação global sobre segurança alimentar e nutricional depois da adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, ratificada pelos países-membros da ONU, inclusive o Brasil. O acordo objetiva acabar com a fome e com todas as formas de subnutrição.

O estudo foi produzido pela Fao (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), Fida (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola), Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), PMA (Programa Mundial de Alimentos) e OMS (Organização Mundial da Saúde).

Números da desnutrição

  • Segundo a ONU, o número de pessoas subnutridas no mundo é de 821 milhões
  • 151 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem com atraso no crescimento (estatura baixa para idade)
  • Uma em cada três mulheres em idade reprodutiva é anêmica; no Brasil, são cerca de 15 milhões de mulheres 
  • Um em cada oito adultos é obeso; no total, são mais de 672 milhões de pessoas (a obesidade pode estar ligadas à carência alimentar. Há chance de desnutrição mesmo com a oferta de alimentos, porém, com poucos nutrientes)
  • No Brasil, são cerca de 33 milhões de adultos obesos
  • Mais de 38 milhões de crianças menores de cinco anos estão acima do peso no mundo

Fonte: Folhapress
Mais sobre: