Manifestantes contrários à ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agrediram e hostilizaram profissionais da imprensa durante a cobertura de atos em São Bernardo do Campo (SP), Brasília e Belo Horizonte nesta quinta-feira (5) e na manhã de sexta (6).
Apoiadores do ex-presidente quebraram vidros de carros de reportagem e jogaram ovos em jornalistas.
No Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, onde Lula passou a noite de quinta, manifestantes ameaçaram fotógrafos e repórteres na rua e foram contidos por sindicalistas e outros militantes, após alguns minutos de confusão.
Quando os jornalistas foram conduzidos para dentro do prédio, houve tentativa de invasão. As portas de vidro foram fechadas e uma delas foi quebrada.
Durante a manhã de sexta, manifestantes quebraram os vidros de um carro de reportagem da BandNews, perto do sindicato. O fotógrafo do jornal O Estado de S. Paulo Nilton Fukuda foi atingido por ovos arremessados por um homem que vestia camiseta da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em Brasília, manifestantes atacaram e quebraram vidros de um carro do Correio Braziliense, com a equipe de reportagem e o motorista dentro, na noite de quinta, perto da sede da CUT.
Em Belo Horizonte, profissionais da imprensa que aguardavam a ex-presidente Dilma Rousseff no TRE foram hostilizados por militantes petistas e houve bate-boca. Deputados estaduais do partido tiveram que interferir para acalmar os ânimos.
Entidades de jornalismo condenaram as agressões.
"Toda essa violência injustificável e covarde decorre da intolerância e da incapacidade de compreender a atividade jornalística", diz comunicado assinado por Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional de Jornais (ANJ).
Fonte: Folhapress