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Mulheres dedicam duas vezes mais tempo que os homens a afazeres domésticos

Pesquisa do IBGE também contabilizou tempo dedicado ao cuidado de outras pessoas. No Piauí, disparidade é ainda maior que na média do Nordeste e do Brasil.

18/04/2018 17:29

O levantamento "Outras Formas de Trabalho 2016 – 2017", divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica a continuidade do cenário de desequilíbrio entre homens e mulheres na divisão das tarefas domésticas.

De acordo com o IBGE, as mulheres dedicaram quase o dobro de horas do que os homens a atividades domésticas e cuidados de pessoas no período em que a pesquisa foi feita. Enquanto para elas a média de horas semanais ficou em 20,9 horas, eles dedicaram, em média, 10,8 horas por semana a atividades desse tipo.

Na região Nordeste, onde, apesar da menor taxa de realização, as pessoas dedicavam maior média de horas a essas atividades (17,3 horas), a diferença entre homens (10,8) e mulheres (21,8) foi superior ao dobro.

E no Piauí a disparidade é ainda mais acentuada: enquanto as mulheres gastam, em média, 21 horas semanais em afazeres domésticos e cuidados de pessoas, os homens só dedicam 9,3 horas a essas atividades, por semana. A diferença entre essas médias, portanto, é de 11,7 horas, superando a do Brasil e a do Nordeste.

Entre as pessoas que trabalhavam, as diferenças eram ainda maiores quando a pesquisa foi feita (2016 e 2017). No Brasil, as mulheres que trabalhavam dedicavam 18,1 horas semanais aos afazeres domésticos e aos cuidados de pessoas, contra 10,3 horas semanais dos homens que trabalhavam, ou seja, uma diferença de 7,8 horas semanais.

No Piauí, essas médias eram de 19,7 horas paras as trabalhadoras e de 9,2 horas semanais para os trabalhadores. Assim, a diferença  (de 10,5 horas) era ainda maior que a média do país.

Taxa de realização de cuidados de pessoas no Piauí supera a do Brasil e a do Nordeste

De 2016 para 2017, o percentual de pessoas que cuidavam de outros moradores do domicílio ou parentes não moradores cresceu de 26,9% para 31,5%, um aumento de 8,3 milhões de pessoas, totalizando 53,2 milhões.

No Piauí, as taxas de realização de cuidados de pessoas subiram de 33,1% para 37,0% e continuaram mais altas do que a média do Brasil (31,5%) e do Nordeste (31,4%).

Existe grande discrepância entre homens e mulheres nessa forma de trabalho: enquanto 37,0% das mulheres realizaram tais cuidados, entre os homens a proporção foi de 25,6%. A região Norte registrou o maior percentual de pessoas realizando cuidados (37,5%), e a região Sul, o menor (30,4%).

Por: Cícero Portela
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